Chama-se Tommy e o final foi feliz. Depois de vários
contactos sem efeito, ou porque do outro lado da linha ninguém atendia ou
porque "atribuíram-nos funções mas não temos os meios" (GNR), lá
encontrámos o dono. Tínhamos acabado de sair do veterinário, onde averiguámos a
inexistência de chip, a minha irmã Manuela preparava um canil disponível em
casa até se vislumbrar melhor solução, quando uma mensagem da CRAPAA (Caldas da
Rainha Associação Protectora dos Animais abandonados) permitiu entrar em
contacto com o dono do animal perdido.
Há nesta história feliz um pormenor triste que merece ser
partilhado para reflexão. De uma outra associação protectora dos animais, a
resposta que recebemos deixou-me com um nó no estômago: "deve ter sido
abandonado por um cigano". Porquê? Porque foi encontrado num bairro, o
nosso, que é conhecido por cá como "bairro dos ciganos". Esta
designação deve-se ao facto de entre dezenas de famílias aqui residentes haver
uma meia dúzia de etnia cigana, meia dúzia que valem pelo todo e são a causa
dos males maiores e menores neste bairro e nos arredores e na cidade inteira.
Aproveitando o facto de a minha mulher ir a conduzir, respondi eu à criatura
protectora dos animais, fazendo-me passar pela Ana, dizendo que o meu marido é
cigano (eu mesmo) e sabe que o animal não é propriedade de nenhum desses
desprezíveis e cruéis malfeitores de tez sarracena. Gratos pelo contributo para
a identificação do abandono étnico-racial, daríamos o melhor seguimento à
ocorrência. O espécime ainda respondeu, mas já não dava para entabular
conversa.
Ficai vós, ó eventuais leitores, sabendo que em
deparardes com animais ao abandono o mais certo é tratar-se de bicho dispensado
pela funesta ciganagem que polui esta nobre nação de berardos, vieiras,
sócrates, varas e espíritos santos. A dona do Tommy vestia de preto e andava de
bicicleta, tinha aspecto de aluna da ESAD. Também não é raça confiável. Muitos
deles nem carne comem. Modas.
1 comentário:
Pode não ter nada a ver com o Tommy, mas tem. Há uma semana estava na barragem do Caia, com pessoal "amigo". Entretida a tirar umas fotos, assustei-me porque ouvi o barulho de carros a fazerem uns piões e a derrapar, para logo a seguir estacionarem e o pessoal saiu dos carros para um mergulho. Quando cheguei ao bar onde estavam os meus amigos, um deles exclamou: então, estavas com medo, não és tu que gostas muito deles?
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