terça-feira, 7 de dezembro de 2021

UM POEMA DE AMALIA BAUTISTA

 


OFÉLIA E PERCEVAL

Deveriam ter-se os dois conhecido
num qualquer ponto morto da história,
na pátria do sonho, navegando
pela mente de Deus ou nalgum poema.
Ela, cheia de flores e de água,
ela própria uma flor extravagante
cujo perfume afasta a sensatez.
Ele, contemplando absorto, sobre o branco
imaculado da neve, a queda
das pétalas vermelhas de outra flor.

Amalia Bautista, in Coração Desabitado, tradução de Inês Dias, Averno, 17 de Maio de 2018, p. 27.

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