Proletários da agiotagem de todo o mundo, uni-vos! Exigei
masturbódromos municipais!
Miguel Martin, Cirrose, Fenda, 2003.
Às voltas com leituras várias, dou com uma referência ao
"homem elefante do Rossio" num livro do Miguel Martins (próximo
convidado a dizer 33, na sala estúdio do Teatro da Rainha, dia 17 de Maio). Que
será feito do "homem elefante" português? Habituei-me a vê-lo no
Rossio, pedinte de rosto deformado, mão estendida a causar impressão. Confesso
que me deixava desconfortável. Não tenho como escapar a isso. Fiquei curioso e
pesquisei, dando com notícia da morte a 17/12/2021:
"Morreu José Mestre, o 'homem sem rosto' que era
conhecido de quem vivia em Lisboa nos anos 80 e 90, por circular na zona do
Rossio, na Baixa."
Ninguém por aí acusou a perda, esta atracção da baixa
lisboeta não mereceu encómios nem referências. Ao contrário de outros
"mitos urbanos", José Mestre, o homem que tinha o rosto desfigurado
por um tumor de 5 quilos, passou despercebido na morte como não passava em
vida. Merecido silêncio. Chegou a ser operado nos states, tema de documentário no Discovery. Tinha uma irmã que
cuidava dele. Morreu.
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