sexta-feira, 6 de maio de 2022

HOMEM ELEFANTE DO ROSSIO

 


Proletários da agiotagem de todo o mundo, uni-vos! Exigei masturbódromos municipais!
Miguel Martin, Cirrose, Fenda, 2003.
 
Às voltas com leituras várias, dou com uma referência ao "homem elefante do Rossio" num livro do Miguel Martins (próximo convidado a dizer 33, na sala estúdio do Teatro da Rainha, dia 17 de Maio). Que será feito do "homem elefante" português? Habituei-me a vê-lo no Rossio, pedinte de rosto deformado, mão estendida a causar impressão. Confesso que me deixava desconfortável. Não tenho como escapar a isso. Fiquei curioso e pesquisei, dando com notícia da morte a 17/12/2021:
 
"Morreu José Mestre, o 'homem sem rosto' que era conhecido de quem vivia em Lisboa nos anos 80 e 90, por circular na zona do Rossio, na Baixa."
 
Ninguém por aí acusou a perda, esta atracção da baixa lisboeta não mereceu encómios nem referências. Ao contrário de outros "mitos urbanos", José Mestre, o homem que tinha o rosto desfigurado por um tumor de 5 quilos, passou despercebido na morte como não passava em vida. Merecido silêncio. Chegou a ser operado nos states, tema de documentário no Discovery. Tinha uma irmã que cuidava dele. Morreu.

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