É O QUE É

 
Para a compreensão do presente não podemos prescindir do passado, conquanto também não nos acoitemos nele como quem pressente no futuro uma ameaça. O passado não é um paraíso perdido, apenas se nos apresenta seguro porque já passou. Também no futuro o presente será passado e dele se dirão maravilhas neste momento para nós inimagináveis. Compreender o presente implica, portanto, a percepção nem sempre nítida de que um mundo em transformação é um campo aberto de possibilidades, dúvidas e hipóteses acerca do qual todo o juízo de valor redunda falacioso. Se vivemos melhor ou pior agora do que no passado? Depende das perspectivas e do que e de quem estivermos a falar. Temos, certamente, mais exemplos à nossa disposição para evitarmos o erro, mas não menos certo é que continuaremos a errar. E isso não é positivo nem negativo, é o que é.