segunda-feira, 12 de junho de 2023

CARTAZES & CARTOONS

 
Há muita gente que parece não perceber ou não quer perceber a diferença entre um cartoon publicado numa revista e um cartoon transformado em cartaz numa manifestação. É simples. O cartoon publicado na revista, por péssimo que seja, só compromete o seu autor e, no limite, quem o publica. Ao contrário, o cartoon transformado em cartaz numa manifestação compromete a organização da manifestação, os participantes na manifestação. No caso actualmente em apreço, compromete uma classe profissional que tinha a obrigação de perceber a diferença. Mas pelos vistos não percebe. Estes professores que não percebem tal diferença dão aulas, transmitem aos seus alunos, espero, mais do que a tralha programática, são exemplo não só no que ensinam mas também no que fazem. Não há nada de moralista em entender essa diferença básica, é uma questão de ética elementar e, também no limite, deontológica. Há tempos, toda uma manifestação com propósitos justos foi colocada em xeque por causa de um cartaz que dizia: "polícia bom é polícia torto" (não era bem torto, era outra coisa que vocês percebem e o algoritmo não). O cartaz era estúpido, a manifestação não. Passa-se o mesmo agora, com uma diferença substancial: a manifestação é de professores que foram péssimos alunos, não aprenderam nada.

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