Há dias, saiu-se com piada merdosa para uma
senhora obesa que se sentava numa cadeira. A cadeira aguenta?, perguntou. Agora, em visita ao Canadá, foi apanhado com comentário grunho para uma jovem: Com esse decote ainda
se constipa. É isto o nosso Presidente da República, duas vezes eleito.
Mas há pior, muito pior, como o telefonema em directo para Cristina Ferreira, a
desvalorização do número de casos de pedofilia na igreja católica portuguesa, a
relativização da escravatura na construção dos estádios no Qatar, comentários
futebolísticos no espaço da flash interview, etc, etc, etc... Marcelo Rebelo de
Sousa é o paradigma de um país medíocre, de um povo pacóvio que se deslumbra
com produtos fabricados pelas televisões. Anos a fio a tecer comentários em
horário nobre, Marcelo foi para muito escritor o momento publicitário da
semana. Apareciam lá na Bertrand: olhe que o Marcelo falou do meu livro, devia
destacá-lo. Falar significava mostrar a capa. Muita gente convencia-se de que o
homem lia aquilo tudo, um monte de livros exibidos como fichas para voltas nos
carrinhos de choque. Até porque a aura de génio que lia a dormir e escrevia
dois textos diferentes, ao mesmo tempo, com as duas mãos, ninguém lhe tirava.
Marcelo prefaciou uma obra desse desgraçado que dá pelo nome de João Lemos
Esteves, recentemente condenado por inventar mentiras delirantes nas crónicas
que publicava no jornal Sol. Também andou pelo Expresso, o desgraçado,
outrora exibido como o futuro da direita portuguesa. Marcelo é, sempre foi, um
populista medíocre. As gentes adoram selfies com o senhor presidente, de fato e
gravata ou em tronco nu na praia. Temos o que merecemos. Somos, sempre fomos,
um povo medíocre. Já os romanos o diziam. E Lord Byron também. Temos um
presidente, presidência é que já não temos. Marcelo deu cabo da dignidade que o
cargo exigia e da credibilidade que merecia. Para a próxima, metam lá um
galaró. É indiferente.
3 comentários:
"Mostraram o que nós somos: evidentemente, nós somos fado, somos bacalhau, somos caldo verde, somos cozido à portuguesa, somos o vira e o corridinho e o fandango. Somos tudo isto, temos uma alma. Somos Cristiano Ronaldo", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no penúltimo dia da sua visita oficial ao Canadá dedicada às comunidades emigrantes portuguesas.
desta lista só gosto de caldo verde. serei português? tenho alma? estou a ter uma crise de identidade.
Bem, o pior disso tudo é mesmo o «Somos Cristiano Ronaldo».
Gostava que um dia alguém fosse capaz de recusar uma selfie com ele, eu por certo o faria, mas não ando por perto...
~CC~
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