sábado, 16 de setembro de 2023

MARCELO

Há dias, saiu-se com piada merdosa para uma senhora obesa que se sentava numa cadeira. A cadeira aguenta?, perguntou. Agora, em visita ao Canadá, foi apanhado com comentário grunho para uma jovem: Com esse decote ainda se constipa. É isto o nosso Presidente da República, duas vezes eleito. Mas há pior, muito pior, como o telefonema em directo para Cristina Ferreira, a desvalorização do número de casos de pedofilia na igreja católica portuguesa, a relativização da escravatura na construção dos estádios no Qatar, comentários futebolísticos no espaço da flash interview, etc, etc, etc... Marcelo Rebelo de Sousa é o paradigma de um país medíocre, de um povo pacóvio que se deslumbra com produtos fabricados pelas televisões. Anos a fio a tecer comentários em horário nobre, Marcelo foi para muito escritor o momento publicitário da semana. Apareciam lá na Bertrand: olhe que o Marcelo falou do meu livro, devia destacá-lo. Falar significava mostrar a capa. Muita gente convencia-se de que o homem lia aquilo tudo, um monte de livros exibidos como fichas para voltas nos carrinhos de choque. Até porque a aura de génio que lia a dormir e escrevia dois textos diferentes, ao mesmo tempo, com as duas mãos, ninguém lhe tirava. Marcelo prefaciou uma obra desse desgraçado que dá pelo nome de João Lemos Esteves, recentemente condenado por inventar mentiras delirantes nas crónicas que publicava no jornal Sol. Também andou pelo Expresso, o desgraçado, outrora exibido como o futuro da direita portuguesa. Marcelo é, sempre foi, um populista medíocre. As gentes adoram selfies com o senhor presidente, de fato e gravata ou em tronco nu na praia. Temos o que merecemos. Somos, sempre fomos, um povo medíocre. Já os romanos o diziam. E Lord Byron também. Temos um presidente, presidência é que já não temos. Marcelo deu cabo da dignidade que o cargo exigia e da credibilidade que merecia. Para a próxima, metam lá um galaró. É indiferente.

3 comentários:

Anónimo disse...

"Mostraram o que nós somos: evidentemente, nós somos fado, somos bacalhau, somos caldo verde, somos cozido à portuguesa, somos o vira e o corridinho e o fandango. Somos tudo isto, temos uma alma. Somos Cristiano Ronaldo", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no penúltimo dia da sua visita oficial ao Canadá dedicada às comunidades emigrantes portuguesas.


desta lista só gosto de caldo verde. serei português? tenho alma? estou a ter uma crise de identidade.

hmbf disse...

Bem, o pior disso tudo é mesmo o «Somos Cristiano Ronaldo».

CCF disse...

Gostava que um dia alguém fosse capaz de recusar uma selfie com ele, eu por certo o faria, mas não ando por perto...
~CC~