Discutia-se ontem no Eixo do Mal quem são os votantes do Chega. Não sei onde vive aquela gente, mas sei quais os estúdios que frequentam. Pelos Açores, a estrela pop da política nacional percorre as ruas com as televisões por perto. Não há microfone que não se lhe chegue. Ainda não ouvimos uma pergunta ao candidato do partido nos Açores. Sabemos quem é porque estamos atentos, tem cara feia e o tom de voz não é sedutor. Ao contrário do que sucede com o encantador Ventura, a quem não falta um segundo de atenção. Sempre ele, ele, ele e o culto da personalidade em torno dele. Muitas das pessoas que votam nestes partidos populistas não fazem a mínima ideia do que eles defendem nos seus programas, nem conhecem os partidos. Conhecem o rosto que lhes é oferecido a dizer coisas que lhes são familiares: anda tudo a gamar, é uma vergonha, isto só neste país, dantes é que era bom, vê-se e não se acredita, os políticos são todos corruptos… Há pessoas que adoram ouvir estas coisas e revêm-se nestas coisas porque isto as iliba das suas responsabilidades, são como aqueles condutores que desrespeitam a sinalização porque dizem não a ter visto, fazem rotundas sem accionar piscas, atiram beatas pela porta enquanto se queixam dos incêndios espalhados pelo país: «de certeza que é fogo posto, só pode, isto é interesses, às vezes até os bombeiros…». Estas pessoas têm agora o seu ídolo, é bem parecido, está em todas as redes sociais, tem à sua volta gente que lhe presta culto. Se vivesse na índia, seria um guru. Por cá é uma vedeta. E os holofotes não lhe dão descanso, não há tema a que escape, não há greve nem contestação onde ele não meta o bedelho. Porque ele sabe que é aí que estará quem mais lhe interessa, a comunicação social. Esses mesmos que empurraram o primeiro floco de neve e viram crescer a bola e agora observam a avalanche.
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024
A ERA DO VAZIO, A SOCIEDADE DO ESPECTÁCULO, O IMPÉRIO DO EFÉMERO
Discutia-se ontem no Eixo do Mal quem são os votantes do Chega. Não sei onde vive aquela gente, mas sei quais os estúdios que frequentam. Pelos Açores, a estrela pop da política nacional percorre as ruas com as televisões por perto. Não há microfone que não se lhe chegue. Ainda não ouvimos uma pergunta ao candidato do partido nos Açores. Sabemos quem é porque estamos atentos, tem cara feia e o tom de voz não é sedutor. Ao contrário do que sucede com o encantador Ventura, a quem não falta um segundo de atenção. Sempre ele, ele, ele e o culto da personalidade em torno dele. Muitas das pessoas que votam nestes partidos populistas não fazem a mínima ideia do que eles defendem nos seus programas, nem conhecem os partidos. Conhecem o rosto que lhes é oferecido a dizer coisas que lhes são familiares: anda tudo a gamar, é uma vergonha, isto só neste país, dantes é que era bom, vê-se e não se acredita, os políticos são todos corruptos… Há pessoas que adoram ouvir estas coisas e revêm-se nestas coisas porque isto as iliba das suas responsabilidades, são como aqueles condutores que desrespeitam a sinalização porque dizem não a ter visto, fazem rotundas sem accionar piscas, atiram beatas pela porta enquanto se queixam dos incêndios espalhados pelo país: «de certeza que é fogo posto, só pode, isto é interesses, às vezes até os bombeiros…». Estas pessoas têm agora o seu ídolo, é bem parecido, está em todas as redes sociais, tem à sua volta gente que lhe presta culto. Se vivesse na índia, seria um guru. Por cá é uma vedeta. E os holofotes não lhe dão descanso, não há tema a que escape, não há greve nem contestação onde ele não meta o bedelho. Porque ele sabe que é aí que estará quem mais lhe interessa, a comunicação social. Esses mesmos que empurraram o primeiro floco de neve e viram crescer a bola e agora observam a avalanche.
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1 comentário:
Hoje em dia a indiferença é já tão grande que não se esconde mais as infrações. “Bem feito” e “mereces” são expressões populares.
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