Fazer vinho é dar corpo à memória, resgatar do silêncio e do esquecimento uma voz primordial que se perdera.
Apesar do peso, o casco de bom vinho merecia ganhar asas e voar.
Vinho mau enruga a alma.
Beber vinho começa por ser exercício de memória: terra e fruto, sol e suor; e não raro se converte em alegre mas fugaz deslembrança.
Água e vinho: dois amigos inseparáveis. Para o ébrio, dois irmãos para sempre desavindos.
João Pedro Mésseder, in Guias Sonoras e outras abrasivas, com posfácio de Ana Margarida Ramos, Deriva, Novembro de 2010, pp. 33-34.
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