Há um triplo homicídio e logo surge a expressão
"onda de crime". A comunicação social, ávida de audiências,
transforma a onda num canhão da Nazaré. O Chega surfa o canhão e faz do
fenómeno um tsunami. Ora bem, o que torna o triplo homicídio particularmente
chocante é a sua excepcionalidade num país como o nosso. O último de que me
recordo foi em 2017, o do tal Pedro Dias, português de bem que, como qualquer
português de bem, não era imigrante nem cigano nem negro. Não há nenhuma onda
de crime, o que há, de facto, é uma disseminação oportunista do
sensacionalismo, maná dos populistas que cavalgam o medo e nos minam o espaço
mediático com o ódio. Dizem-se todos muito católicos e cristãos. Infelizmente,
não praticam os aconselhamentos do senhor Jesus. O Cristo.
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