terça-feira, 12 de novembro de 2024

50 X 8

 



“Ágætis byrjun”, Sigur Rós.

Comecei a ouvir os islandeses Sigur Rós em 1999, seduzido pelo belíssimo teledisco de “Svefn-g-englar”. Nunca mais os larguei. Dos oito álbuns da banda, faltam-me dois: o primeiro, “Von” (1997), e o último, “Átta” (2023). Vi-os, salvo erro, duas vezes ao vivo, uma em Lisboa, outra no Porto. Guardo o bilhete da ida ao Porto, em vésperas de fazer anos, por haver nele uma carga emocional que tem que ver com a boa companhia de um amigo entretanto ausentado. Foi uma bela noite, esse 19 de Novembro de 2005, ao som dos temas de “Ágætis byrjun” (1999) e “Takk...” (2005). Já lá vão quase 20 anos. Os Sigur Rós são a prova de que a língua não é barreira à percepção do lirismo contido na música. Mesmo que percebesse islandês, parte das canções são interpretadas num dialecto inventado que só eles sabem, feito de murmúrios, sílabas arrastadas, sussurros, um cantar etéreo que já conhecia e apreciava na obra de Wim Mertens. Regresso amiúde à música destes islandeses. Oferecem-me paisagens reconfortantes, fazem-me acreditar que a humanidade pode ser mais do que a vesânia dos líderes mundiais e a indolência extrema de meio mundo subserviente aos ditames desses possessos no poder.

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