sábado, 15 de março de 2025

DESTINO

 
Era uma vez um déspota.
Morreu.
Era uma vez um tirano.
Morreu.
Era uma vez um autocrata.
Morreu.
Era uma vez um sátrapa.
Morreu.
Era uma vez um imperador.
Morreu.
Morreram todos de desumanidade
ainda antes do último fôlego,
com o sangue coercivo
e os ossos intolerantes
roídos pelo cão da solidão.
Sobre as suas cinzas
depositaram raminhos de prepotência
que pela primavera cheiram a mofo.
Quem vive, mija-lhes na memória.
 
Kazuyoshi Matsubara
Versão de Juraan Vink.

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