O meu 25 de Novembro teve a Zita Seabra como
protagonista. Eu era responsável pela livraria Bertrand das Caldas da Rainha e,
entre outras normas, fazia por ver cumprida essa que proibia gente a comer e a
beber dentro da livraria. Certo dia, a Zita Seabra entra-me por ali adentro a
lambuzar-se num corneto. A imagem era constrangedora, mas não foi senão por
dever profissional que lhe pedi educadamente que lambesse o corneto longe dos
livros. A senhora, que vinha averiguar da exposição dos livros da Alêtheia,
chancela com distribuição da Distribuidora de Livros Bertrand (isto fica sempre
tudo no mesmo bolso), não gostou do desplante, estava convencida que mandava
mais na chafarica do que quem lá trabalhava. Insisti que abandonasse o espaço e
ela lá foi, com as beiças contornadas pela nata do corneto. Não demorou muito
que me telefonassem, a senhora apresentara queixa de mim ao mais alto nível. Do
outro lado da linha, alguém ria sugerindo que, da próxima vez, eu lhe oferecesse
um calipo. A verdade é que ninguém gostava da mulher, uma chata convencida e
assoberbada convertida aos milagres de Fátima.
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