Corto as unhas dos pés como quem se liberta das partes
indesejáveis da alma, não para me sentir mais limpo ou leve, nem por dever
higiénico, mas antes pelo prazer de apagar e a necessidade de esquecer, essa
sensação de expiação que há em destruir qualquer coisa de nossa para ver de
novo brotar, no lugar do vazio, as meias luas de que me livro amiúde.
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