Cada qual alinha o seu próprio vocabulário, enraizado num lugar de origem ou na polpa dos sonhos, sítios imaginários a que acedemos talvez por não nos bastar a terra de baptismo que pisamos e poluímos. Eu, por exemplo, tenho escrito pouco sobre minas, açúdes, bicas de onde fluíram águas entretanto transformadas em lama. Ainda que meta sal nestes pomares de palavras reunidas a esmo, ainda que desça à cova dos mouros em busca de tesouros inexistentes, tem-me faltado o léxico das pedras, dos minerais colhidos pelos antepassados nascidos com pulmões negros.
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