fotografia respigada aqui
O poeta António Salvado nasceu em Castelo Branco, a 20 de Fevereiro de 1936. Era o mais novo de cinco filhos. Fez os primeiros estudos na cidade onde nasceu, partindo depois para Lisboa onde se licenciou em Filologia Românica. O primeiro livro de poemas surgiu em 1955, tinha o poeta apenas 18 anos, com o título A Flor e a Noite:
IMITADO DE CATULO
Odeio e amo. Inconsciente,
vós julgais talvez que eu minto
amando assim o que dói…
Mas é só isto o que eu sinto ─
um amor-ódio fervente
que a cada instante me rói!...
Ainda na fase universitária, foi, conjuntamente com os então jovens poetas José Sebag, Helder Macedo, Herberto Helder e José Carlos González, um dos organizadores da revista Folhas de Poesia, da qual se publicaram quatro números, entre 1957 e 1959, com capas de René Bértholo, Lopes Alves, Lurdes Castro e José Escada. Em 1959, António Salvado publica Recôndito:
SEGREDO
A David Mourão-Ferreira
Um queixume de rua envolve,
silenciosamente molhada,
aquele que marcha sozinho…
Pla sua face já não sabe
se correm lágrimas ou chuva,
desfeito o expedito sonho…
Apenas a rua molhada…
E bem dentro dele, aninhado,
pra sempre eterno, o inexprimível!
Após a licenciatura, repartiu as suas actividades profissionais pelo ensino e pela museologia. Foi Professor do Ensino Técnico-Profissional e do Ensino Liceal, frequentou cursos relacionados com as actividades que desempenha, desde há alguns anos, como Director-Conservador do Museu Tavares Proença Jr. (Castelo Branco), foi membro para a Educação e Cultura, do Conselho Distrital de Castelo Branco, é membro da Cátedra de Poética "Fray Luís de León" da Universidade Pontifícia de Salamanca, recebeu vários prémios e condecorações, entre as quais se destaca a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura de Portugal. Além de poeta com vastíssima obra publicada, Salvado escreveu ensaios, críticas, organizou antologias, traduziu autores estrangeiros, colaborou com variadíssimas publicações literárias e suplementos de jornais. Em 1997, a editora A Mar Arte coligiu-lhe a primeira e segunda partes da sua Obra: Obra I (1955-1975) e Obra II (1975-1995). Seguiu-se, em 1999, Obra III, mas António Salvado não pára de publicar livros. Está traduzido em castelhano, francês, italiano e inglês. Não coube na antologia:
COBERTO DE…
Coberto de vaidade,
mendigas um olhar
que rebrilhe contigo.
Por mim… passo-te ao lado:
nunca soube implorar
em vestes de mendigo.
O poeta António Salvado nasceu em Castelo Branco, a 20 de Fevereiro de 1936. Era o mais novo de cinco filhos. Fez os primeiros estudos na cidade onde nasceu, partindo depois para Lisboa onde se licenciou em Filologia Românica. O primeiro livro de poemas surgiu em 1955, tinha o poeta apenas 18 anos, com o título A Flor e a Noite:
IMITADO DE CATULO
Odeio e amo. Inconsciente,
vós julgais talvez que eu minto
amando assim o que dói…
Mas é só isto o que eu sinto ─
um amor-ódio fervente
que a cada instante me rói!...
Ainda na fase universitária, foi, conjuntamente com os então jovens poetas José Sebag, Helder Macedo, Herberto Helder e José Carlos González, um dos organizadores da revista Folhas de Poesia, da qual se publicaram quatro números, entre 1957 e 1959, com capas de René Bértholo, Lopes Alves, Lurdes Castro e José Escada. Em 1959, António Salvado publica Recôndito:
SEGREDO
A David Mourão-Ferreira
Um queixume de rua envolve,
silenciosamente molhada,
aquele que marcha sozinho…
Pla sua face já não sabe
se correm lágrimas ou chuva,
desfeito o expedito sonho…
Apenas a rua molhada…
E bem dentro dele, aninhado,
pra sempre eterno, o inexprimível!
Após a licenciatura, repartiu as suas actividades profissionais pelo ensino e pela museologia. Foi Professor do Ensino Técnico-Profissional e do Ensino Liceal, frequentou cursos relacionados com as actividades que desempenha, desde há alguns anos, como Director-Conservador do Museu Tavares Proença Jr. (Castelo Branco), foi membro para a Educação e Cultura, do Conselho Distrital de Castelo Branco, é membro da Cátedra de Poética "Fray Luís de León" da Universidade Pontifícia de Salamanca, recebeu vários prémios e condecorações, entre as quais se destaca a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura de Portugal. Além de poeta com vastíssima obra publicada, Salvado escreveu ensaios, críticas, organizou antologias, traduziu autores estrangeiros, colaborou com variadíssimas publicações literárias e suplementos de jornais. Em 1997, a editora A Mar Arte coligiu-lhe a primeira e segunda partes da sua Obra: Obra I (1955-1975) e Obra II (1975-1995). Seguiu-se, em 1999, Obra III, mas António Salvado não pára de publicar livros. Está traduzido em castelhano, francês, italiano e inglês. Não coube na antologia:
COBERTO DE…
Coberto de vaidade,
mendigas um olhar
que rebrilhe contigo.
Por mim… passo-te ao lado:
nunca soube implorar
em vestes de mendigo.
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