quarta-feira, 7 de abril de 2021

CATHOLIC BLOCK (1987)

 


O Emanuel acusou a recepção do Embate com Bull in the Heather, deixando-me a pensar na possibilidade de mensagens subliminares. Talvez ouvindo o tema de trás para a frente descubra alguma coisa. Quase à mesma hora, 12:52 de ontem, um transportador tocava à campainha para entregar uma caixa com livros enviada pelo Pedro. Tudo coisas boas que faltavam cá em casa. Uma biblioteca também se faz com gestos generosos, ou julgam que nado em dinheiro para andar por aí a gastá-lo em livralhada? De quando em vez, lá encomendo um título a este e àquele, passo por uma livraria jeitosa ou visito as bancas de velharias, onde me afortuno com pechinchas de 1 a 5 euros. Mais não posso, tenho um fígado para rebentar. E pronto, regressei aos Sonic Youth. Sister (1987) foi o meu primeiro, o quarto de estúdio deles (se bem me lembro). Já pariam álbuns desde 82, a banda do casalinho Thurston Moore & Kim Gordon. Depois separaram-se, 30 anos de vida em conjunto pelo esgoto. Ela escreveu um livro que não li, ele terá sido o elo mais fraco no mito propalado da fidelidade: «I got a catholic block do you like to fuck? / I got a catholic block guess I'm out of luck». Têm uma filha chamada Coco. Gostava de os ver juntos e estava-me nas tintas para a vida conjugal, que tivessem continuado com a banda após a separação é que era. Parvalhões. Tudo gente  artística e libertária, mas quando toca ao coração revelam-se do mais conservador que há. Devíamos nascer sem coração, quero dizer, não devíamos inventar um coração dentro e nós, devia ser tudo criação, nada de corações a impedirem a criação. O amor é uma merda, só nos traz tristezas.

Sem comentários: