Sabemos bem que vamos morrer,
Tudo está certo e tudo é incerto.
Quanto mais me debruço para ti
O que parece errado mais parece certo.
A terra cheira a terra, o Outono
Confirma a verdade que sabíamos de cor
Desde o início, as marés e as ondas
Cumprem os ciclos e mantêm-se
As verdades eternas e as suas crispações.
Hoje viemos à falésia, amanhã
Voltaremos à busca incessante do norte
Magnético que nos aproxima. Pouco importa
Quem somos ou se vamos morrer.
O amor que existiu perdura para sempre.
Amadeu Baptista, in Luz Possível, volta d'mar, Novembro de 2021, p. 35.
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