SATURNO [DE GOYA?]
O que agiganta Saturno, Cronos,
Assusta-nos e devora-nos com cólera e pranto.
Assusta-nos e devora-nos com cólera e pranto.
Luz do sangue ilumina os que acirram a Guerra Santa
E nos esventram do coração piedoso, agora exacerbado
Por fabricantes de armas letais, desgastado pela
Volúpia de morte.
Deslumbra a exclamação do terror.
O que dizem as Medusas que emprestam suas cabeças
ornamentadas que envenenam a Opinião Pública?
Ai!, custa respirar o ar empestado.
Por que razão perversa nos descarnas os olhos
E nos fazes assassinos?
José Emílio-Nelson, in Então Assim Falo, com desenhos de Sebastião Resende e escrito de João Albuquerque, Edições Esgotadas, Maio de 2023, p. 42.
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