terça-feira, 23 de janeiro de 2024

UM POEMA DE JOSÉ EMÍLIO-NELSON

 


SATURNO [DE GOYA?]

O que agiganta Saturno, Cronos,
Assusta-nos e devora-nos com cólera e pranto.
Luz do sangue ilumina os que acirram a Guerra Santa
E nos esventram do coração piedoso, agora exacerbado
Por fabricantes de armas letais, desgastado pela
Volúpia de morte.
Deslumbra a exclamação do terror.
O que dizem as Medusas que emprestam suas cabeças
   ornamentadas que envenenam a Opinião Pública?
Ai!, custa respirar o ar empestado.
Por que razão perversa nos descarnas os olhos
E nos fazes assassinos?

José Emílio-Nelson, in Então Assim Falo, com desenhos de Sebastião Resende e escrito de João Albuquerque, Edições Esgotadas, Maio de 2023, p. 42.

Sem comentários: