Depois de infinitas horas de contabilidade e balanço no
termo dos Jogos Olímpicos, não há uma alma que venha falar desta diferença
abissal entre o número de medalhas conseguido pela China e restantes países nos
paraolímpicos. A comparação com o principal rival nos Olímpicos, os EUA, é reveladora:
a China consegue mais do dobro das medalhas e praticamente o triplo dos ouros. Talvez
isto queira dizer alguma coisa em matéria de políticas inclusivas. Com todos os
defeitos que o regime chinês possa ter e certamente terá, seria no mínimo
razoável estas matérias serem reflectidas em vez de andarmos permanentemente a
diabolizar os “inimigos das democracias liberais” (também se tem visto
recentemente em França, organizador destes Jogos, qual o significado de
democracia nestes tempos que são os nossos).
15 comentários:
Estás a comparar maçãs com laranjas. Tens de dividir o número de medalhas pelos habitantes. Só assim podes comparar países com populações diferentes.
China = 1400M
Grã-Bretanha = 69M
EUA = 334M
Países Baixos = 18M
Portugal = 10M
Se dividires o número de medalhas pelo número de habitantes obténs o rácio que te permite compará-los: número de medalhas por milhão de habitantes. Vejamos:
China: 0.067
Grã-Bretanha: 0.71
EUA: 0.11
Países Baixos: 1.5
Portugal: 0.2
Assim já podes tirar outras conclusões. A China é uma miséria. Os Países Baixos é que se destacam, e muito, seguidos pela Grã-Bretanha. Já agora, Portugal é 5x melhor que a China e 2x melhor que os EUA.
Portanto, acho que podemos reescrever o que disseste: "Talvez isto queira dizer alguma coisa em matéria de políticas inclusivas. Com todos os defeitos que o regime chinês possa ter e certamente terá, tem ainda mais este" ;-)
Essa estatística não é válida. Terias de ver quantos praticantes de desporto tens nuns e noutros países. E, neste caso, quantos praticantes com "deficiências". Já agora, eu não estou a comparar senão as horas infindas de debate sobre os resultados nos Olímpicos versus a total ausência de debate nos paraolimpicos. Também gostava de saber porque é a China essa miséria, conseguindo os resultados que consegue. Isdo não é mais vontade de dizer mal da China do que outra coisa? Miséria é a Índia.
Sim, está a misturar alhos com bugalhos. Se utilizar o sucesso no goalball como critério, o SCP é a equipa mais inclusiva de Portugal, se se lembrar dos lugar que há uns anos reservaram para os invisuais no estádio....
Além disso, é conhecida a tendência de os regimes totalitários utilizarem o desporto como forma de propaganda. Quantas vezes ouvi que o regime do Salazar não era racista porque o Eusébio era preto.
O sucesso no desporto não diz nada sobre nada, é como o sucesso noutra qualquer área de entretimento/espetáculo, que é o que o desporto profissional é na atualidade.
Já agora, a Índia é uma miséria porquê, se tem a maior indústria cinematográfica do mundo?
PS: O exemplo que dei acima do SCP é absurdo. Acho que dá para perceber. Não quero ofender ninguém com assuntos sérios como futebol...
O sucesso no desporto só diz alguma coisa quando convém, quando não convém não diz nada. Neste caso podia pelo menos ser conveniente para tentarmos perceber melhor um país e um povo que estamos sempre a menosprezar e a criticar como se por lá nada houvesse de bom. Pelos vistos nem tudo é mau.
No seu texto falou em "políticas inclusivas" e "regime chinês". "Povo" é outra coisa. De certeza que os povos afegão e norte coreano têm coisas maravilhosas. "País" é outra diferente.
Não consigo encontrar virtudes num regime como o chinês. No país e no povo, ou vários povos, consigo.
Mantenho que o desporto nada diz. Se a bola for ao poste somos os piores, se o GR adversário dá o frango somos os maiores... A aleatoriedade dos resultados desportivos (sem falar na batota - nos paralímpicos há houve vários casos de doping) tira, na minha opinião, importância ao número de taças, medalhas, records, etc. Ou gostamos de ver ou praticar e da forma como se pratica, ou não gostamos. E se é matéria de gosto pessoal tanto faz quem ganha. Confundir gostar de ganhar com gostar de desporto é o que faz, por exemplo, do futebol um antro de corrupção. Talvez o número de praticantes de desporto, "deficientes" ou não, possa dizer alguma sobre a valorização que se dá à atividade física, mas preferirei sempre uma democracia de bêbados e diabéticos, do que uma ditadura de atletas de alta competição.
Mais uma vez o exemplo é absurdo, há bêbados, diabéticos, e atletas de alta competição em todo o lado, independentemente do regime, além disso não bebo, tenho cuidado com a alimentação, dou várias caminhas e corridas por semana e, por motivos que não compreendo, sou adapto do SLB... Mas, efetivamente, continua a misturar alhos com bugalhos.
Bem, isso dá pano para mangas. Diz que não vê nada positivo no regime chinês, o que denota na perfeição a incapacidade de pensar o diferente em função de si mesmo e não em função do que nós gostaríamos que ele fosse. Eu vejo de positivo, desde logo, não andarem para aí a invadir outros países. E é positivo, também, que não tenham uma sociedade armada até aos dentes. É um dos países com a menor tacha de homicídio do mundo. Podia dar muitos outros exemplos de coisas positivas na China, o que não me impede de criticar muitas outras. As suas preferências não discuto, mas também não interessam para nada já viu quão tirânico seria impô-las aos outros. Eu cá prefiro que as pessoas possam escolher ser bêbados ou atletas, o que até nem são estatutos incomportáveis
Sobre a criminalidade na China e o facto de "não andarem para aí a invadir países" uma brevíssima pesquisa na internet diz-nos o oposto. Não me vou dar ao trabalho de pôr aqui links. A não ser que considere algumas invasões boas e outras más, ou que existam formas de invadir boas e más. A China é um império, e como todos os os impérios constitui-se como uma força expansionista e colonialista.
Mas o que acho estranho é alguém dar tanto valor à capacidade de escolha e, ao mesmo tempo, encontrar algo de positivo num regime político (sublinho regime político, algo substancialmente diferente de povo ou país) cujo pilar base é a limitação da capacidade de escolha, desde logo do ponto de vista político.
Diga lá quais foram os países invadidos pela China nos últimos 24 anos.
Mas quer que eu meta aqui links da Wikipedia? Quer discutir o significado da palavra "invasão"? E porquê 24 anos? Epá... Bolas!
A estatística, sendo direta e não inferida, é tão válida quanto qualquer outra. Convém é dizer sobre o que se fala. É a beleza da Estatística, cada um retira as conclusões que quiser, basta fazer o caldo à sua maneira.
Percebendo que o objetivo do texto é a cegueira (adequado termo no contexto) ou se quiseres enviesamento mental dos Media em relação aos Paraolímpicos, ainda assim ter um país (GB) com uma população 200 vezes inferior à China, que consegue ainda assim mais de metade das medalhas desta, facilmente leva a calcular qie terá a GB 100 vezes mais atletas com deficiência do que a China. Em valor absoluto! Portanto defender a inclusividade na China... Difícil 😉
quem se importa com aleijados seu comunista imundo. Olha o quadro de medalhas das olímpiadas de verdade. VIVA A AMERICA VIVA O MUNDO LIVRE
O Tibete não conta porque foi há mais de 24? :-)
Nuno, podemos viajar até onde tu quiseres. Não encontrarás nada na história chinesa, com todas as loucuras cometidas (nós, portugueses, também temos as nossas), que se compare ao que os baluartes do mundo livre, EUA e Israel, andam a fazer por estes dias, a ponto de já não fazer sentido falar de direitos humanos sem sentir uma grande vontade de vomitar. E no entanto, nos media ocidentais a China é constantemente vendida como o lado mai da força.
Ah, Henrique, com isso eu já concordo! Os EUA e seus amigos são bem piores que a China em termos de impacto negativo que têm tido no mundo. Mas não foi contra isso que eu argumentei. Mantenho os meus argumentos anteriores.
E não foi preciso esperar muito tempo para o Xi vir publicamente dar-te mais um exemplo: https://edition.cnn.com/2024/10/01/china/china-xi-reunification-taiwan-national-day-intl-hnk/index.html só que lá na novilingua deles, optam por chamar "reunificação" a uma "invasão".
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