quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

FOSSE HOJE

 
Fosse hoje, Jesus nasceria de mãe solteira porque nenhum gajo estaria para aturar o que José aturou. É sempre nele que penso por estes dias, no corno, pobre homem traído por Deus. Quem pode competir com Deus? Portanto, Maria seria mais uma mãe solteira. Mas, ao contrário de outras mães solteiras, Maria teria seguro de saúde e iria parir no Hospital CUF Descobertas em dia previamente determinado para parto induzido com recurso a anestesia epidural. O menino Jesus teria o seu berço devidamente apetrechado com chupetas PhysioForma, pois como diz a publicidade da Chicco: a saúde começa na boca. Mamaria em Maria até haver leite, depois o tempo de cada mamada seria diminuído tendo em vista o desmame. Eis uma questão que nunca vi esclarecida: até que idade mamou Jesus? Seja como for, teria direito a uma festa na maternidade com doces e balões. A lua de leite do menino seria devidamente acompanhada por pediatra de excelência, que calcularia o percentil do filho de Deus e forneceria indicações a Maria sobre a melhor forma de tratar do bebé. Maria recorreria a um guia para mamãs de modo a ficar devidamente esclarecida sobre fraldas para o filho do Senhor, gotas nos olhos, combate ao arrefecimento, teste do pezinho, administração de vitamina k, etc. Deus a livrasse de mijar fora do penico, já bastara a imaculada concepção. Mas graças a Deus que o espírito santo é de filho único, nem quero pensar no que seria deste mundo se o tridente optasse por uma família numerosa. Se com um Jesus foi o que foi, imaginem com dois ou três ou quatro ou cinco. Porra, recuso imaginar este mundo com vários natais por ano. Obrigado, meu Deus, por nos livrares do mal que seria teres uma catrefa de meninos jesuses.

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