O recorte da cabeceira de ferro condiz com o
percurso do homem que vê no entrelaçado uma
espécie de beleza. Mas também um campo de
batalha, uma zona de perseguição em que a
mulher percorre um desígnio quase imperceptível.
No rosto dela, há um olhar de ave marinha que
sobrevoa o alto mar com o sentido na costa.
Nas primeiras pedras, prefere rodear e, só com a
certeza de que é um poiso perfumado, aterra.
O ferro que suporta a cama branca será, então,
uma muralha.
m. parissy, in Impossível Dador de Sangue, Café dos Poetas # 1, Cidade Nua, 2024, p. 32.
Sem comentários:
Enviar um comentário