(…)
Eu também tenho uma vida própria e devo vivê-la.
Vingança
não; —
que poderia valer à morte mais
uma
morte
e, para mais ainda, violenta? — que adiantaria à vida?
Os
anos passaram.
Já não sinto ódio; — terei esquecido? ter-me-ei
Cansado?
Não sei.
Percebo até em mim uma certa compaixão pela
assassina;
—
grandes abismos enfrentou;
um grande conhecimento dilatou os seus olhos na
obscuridade
e vê, — vê o inesgotável, o inalcançável e o
inalterável.
Vê-me.
(…)
Yannis Ritsos, in Orestes, versão de HMBF a partir da tradução
espanhola de Selma Ancira, Acantilado, Novembro de 2015, pp. 38-39.
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