A palavra nepotismo aparece algumas vezes neste weblog. Por exemplo, quando falámos das The K&D Sessions: «Entrei para a universidade em
1992, terminei o curso de Filosofia em 1997. Em teoria, esperava-me um futuro
de docência quando ser-se professor era ainda coisa respeitável. Rapidamente
nos apercebemos da sombra de ilusão arrastada por uma ideia de futuro, não
havia ligações directas entre formação académica e exercício profissional.
Havia nepotismo oligárquico, havia cunha, havia catequese, em contraste com a
parangona da política de mérito à qual se submetiam mentes ingénuas e anódinas». Ou quando há dois anos falámos de virtudes, a propósito
de Abril: «Continuamos a patinar num tecido social acrítico e empobrecido pela
sua própria incúria. Os militares não podiam dar-nos pessoas interessadas,
exigentes, desde logo consigo próprias, moralmente aceitáveis. Da pequena cunha
que suporta as oligarquias ao favorzinho simpático, o sistema transporta dentro
de si mesmo o vírus da corrupção e do nepotismo. Só há uma forma de o superar,
é com as vacinas da educação e da cultura. Eu, pelo menos, não sei de outra». Também quando em 2014 assistíamos com distância à luta entre antónios: «Já não bastava o nepotismo nesta sociedade oligárquica e
corrupta em que vivemos, temos que aturar agora, ainda por cima em directo e
com direito a diferidos sucessivos, o triste espectáculo da mediocridade». Quando andámos entretidos com Relvas: «Chamem-lhe cunha,
clientelismo, nepotismo, o que preferirem. É a sem vergonha de um povo inteiro
que se deixa governar por vigaristas, copia-lhes os actos à medida das suas
possibilidades, e deixa-se enredar na alegria das dúvidas existenciais que os
teóricos lançam para a mesa: seremos a Grécia? Tudo muito protegido pela
legalidade das actuações. Não somos a Grécia, somos bem pior». E ainda quando em 2012 não comemorámos a democracia portuguesa: «A democracia portuguesa não pôs fim a um Estado
centralizado, corrupto e desavergonhadamente ladrão, que alimenta, «à custa do
erário público, os influentes, os caciques e o seu interminável cortejo de
amigos, protegidos, parentes e parasitas» (VPV). O nepotismo não foi
ultrapassado, os amigos de seus amigos continuam, à custa do trabalho das
massas, a distribuir cargos e benefícios sem qualquer tipo de vergonha». A palavra nepotismo aparece mais vezes neste weblog. Mas para quê voltar ao tema? É mais do mesmo, esta coisa do lugar para o amigo, para o filho, para o primo, para o amigo do filho, para a mulher, para a amante... O PS sempre foi uma máquina disto, sei-o bem. Até de fonte segura. Portanto, esperavam o quê? Continuem a votar nisto, deve fazer muito sentido votar nisto, nesta maravilha de "somos todos brothers". Alguns enteados, vá lá. Faz sempre falta alguém que limpe a retrete.
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