Desejaria que nenhuma exaltação
acompanhasse esta frase meus filhos
sentavam-se a ver o mar.
Assim era sem dúvida.
A cada noite chegavam em silêncio
e sem qualquer esforço vinculavam o mar
com a contemplação do mar,
a emoção com os objectos.
E sem dificuldade aceitavam a harmonia
que une os corpos à matéria afectada.
Era fácil saber que do mar
lhes chegava uma prova que nos excluía.
Mas por aqui me fico:
não se trata de encher com vacuidades
o conhecimento directo.
(Um romantismo antiquado, ou um pouco
de pudor caduco, ainda é tolerável.
A metafísica não.)
Santiago Sylvester (n. 1942), versão de HMBF a partir do
original coligido por Marta Ferrari, in Antología – La poesia del signo XX
en Argentina, vol. 7 da colecção La Estafeta del Viento, dirigida por Luis
García Montero e Jesús García Sánchez, Visor Libros, 2010, p. 362.
1 comentário:
ahahah. Obrigada Henrique significando apenas que agradeço a versão deste que, claro, desconhecia.
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