domingo, 21 de janeiro de 2024

ESTRATÉGIAS

 
O alto representante para a Política Externa e Segurança da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse, num discurso na Universidade de Valladolid, que o Estado de Israel permitiu o financiamento do Hamas durante vários anos numa tentativa de enfraquecer a Autoridade Palestiniana e dividir a Palestina politicamente: «Sim, o Hamas foi financiado pelo Governo de Israel numa tentativa de enfraquecer a Autoridade Palestiniana liderada pelo Fatah». O caso já tinha sido abordado num extenso artigo publicado em Dezembro, no The New York Times, onde se mostrava que durante muitos anos o governo do Qatar enviou milhões de dólares para a Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas. O Qatar, o país dos estádios de futebol. Lembram-se ou ainda estão com a cabeça na selecção portuguesa? Mais se informa que: «Semanas antes do ataque do Hamas em Israel, responsáveis da Mossad, a principal agência de serviços secretos de Israel, encontraram-se com altos responsáveis qataris e, à pergunta “os pagamentos são para continuar?”, a resposta terá sido afirmativa.» Num outro trabalho de investigação, levado a cabo pela CNN e pelo Shomrim, um grupo de jornalismo de investigação de Israel, os pagamentos terão começado em 2018, depois de a Autoridade Palestiniana, o grande rival do Hamas na Palestina, ter cortado o pagamento dos salários a funcionários governamentais em Gaza. A Autoridade Palestiniana opôs-se a estes pagamentos, contra a estratégia do governo de Netanyahu. Entretanto, o Conselho da União Europeia aprovou, e bem, um novo regime específico de sanções para penalizar o apoio e financiamento das actividades do Hamas. Sanções contra Israel e o governo criminoso de Netanyahu é que nada. Vem tudo num artigo do Público que dificilmente verão por aí partilhado.

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