terça-feira, 19 de dezembro de 2023

UM POEMA DE ANTÓNIO FERRA

 que nasceu a 19 de Dezembro de 1947 e gosta de rir.


 
Sou paciente quanto baste,
aguento de número na mão que me chamem de utente
usuário, perdulário, supra-numerário, artista de rua,
querem-me mais número de senha do que gente,
 
por isso me dizem
que os poemas são inúteis,
apenas um cobertor aconchegando a alma,
palavras a voar em nicotina,
mas um gajo tem de se preparar para a vida eterna.
 
António Ferra, in “ente”, edição do autor, Junho de 2020, s/p.

2 comentários:

jonesy disse...

Gostei. (Aqui não há Likes, ou Gosto, vai mesmo assim.)

jonesy disse...
Este comentário foi removido pelo autor.