segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

LHASA DE SELA (27 de Setembro de 1972 - 1 de Janeiro de 2010)



A voz de Lhasa é a respiração a cantar. Histórias de amor, sim, canções nocturnas, cantadas em cabarés, tabernas, nas ruas onde o povo dá voz à tradição. Tangos, blues, western, valsa, folk, vaudeville, bolero e por que não fado? Os sopros, as cordas e as percussões, a densidade, como se estivéssemos atravessando ruas desérticas ladeadas por árvores gigantescas. Como se estivéssemos a observar uma mulher a dançar com a própria sombra. Uma doçura, uma ternura imensa, a sensualidade desenhada a preto e branco com os contornos de uma simplicidade que dispensa grandes reflexões. Porque as grandes reflexões levam-nos sempre aos locais de partida. É tão simples partir para apenas chegar. Ao mesmo tempo, é tão comovente. (3 de Junho de 2008)

3 comentários:

Paulo Costa disse...

Recordá-la-ei, encantadora e encantatória, a sussurrar-nos -na c.das artes de famalicão- como o pai (salvo erro) se 'lembrava' de ter 'morrido' quando expulso da barriga da mãe.

Silvia Chueire disse...

Uma beleza, uma carícia, a voz dela. Pena.

Um abraço, Henrique,

Silvia

hmbf disse...

Outro para si, Silvia.