antologia do esquecimento
segunda-feira, 22 de julho de 2024
DE MÁ CONDIÇÃO
A ÚNICA PALAVRA
domingo, 21 de julho de 2024
DOMESTICADORA DE GIRASSÓIS
236 páginas
Venda directa – pedidos para: companhiadasilhas.lda@gmail.com
Também disponível
PARA ALÉM DO PRINCÍPIO DE PRAZER
sábado, 20 de julho de 2024
AUTO-RETRATOS
Poucas coisas há que me desagradem mais do que tirar fotografias. As redes sociais estão cheias de gente que adora fotografar-se, o que para mim é o equivalente à autoflagelação. O auto-retrato é coisa muito séria, não entendo como possa ser tratado com tanta ligeireza. Gosto particularmente da malta que se fotografa a ver-se ao espelho, sobretudo com rostos inexpressivos e em poses sinuosas. A malta que fotografa os glúteos também tem piada, é toda uma outra dimensão do auto-retrato.
BALEIA
sexta-feira, 19 de julho de 2024
E O CORAÇÃO DE SOSLAIO A TODO O CUSTO
ou um velho desconcertado numa película
(coisas que por vezes deixo confundirem-se na memória),
dizer que o seu coração tinha 85 anos,
que já vivera muitos desgostos de amor,
que já acelerara incontáveis vezes o passo
por uma mulher desejada,
por uma paixão certeira para um consolo impossível,
não sendo justo pedir-lhe muitos mais anos.
a soar o alarme para novos começos,
que o poema ou o velho ou nós mesmos,
não veríamos,
não estaríamos cá para ver,
porque não nos competiria mais estar cá.
O que francamente recebo como a doce oferta da morte,
concebendo a vida, tempo apaixonado,
e se for de outra forma, que se acabe, já.
sem me lembrar do pequeno coração vigoroso
que dói, grita, vacila, entristece,
se alegra, sem saber que se cerca de esperanças vãs.
Pequeno coração que se vai e que se vem,
sem por ele darmos senão no alarde da eternidade.
E no fim de contas,
não podemos pedir tanto mais ao amor
que, bombeando a vida, nos faz mesmo esquecer
a sua imensamente injustiçada adolescência.
TEATRO FILOSÓFICO
quinta-feira, 18 de julho de 2024
CIDADES DE BRONZE
TRUÍSMO
JOVEM
quarta-feira, 17 de julho de 2024
VEM NO PÚBLICO
COPIADO DE GUNNAR EKELÖF
Encontrar missão que justifique o esforço.
Quais as suas convicções políticas?
Amem-se uns aos outros, deixem-me
em paz. Não gosto de orgias.
A sua opinião em religião - se a tem?
Só faz sentido nos cemitérios.
O que procura nas pessoas? A verdade,
isto é, o medo, ou seja, solidão, talvez
um pouco de ódio como sal no tomate,
mas para ser sincero o que mais procuro
nas pessoas é distância, queria ser
insecto, um plácido e anódino insecto,
ou árvore milenar no centro inacessível
da floresta, gelo, pedra, pura divagação.
O que procura nos livros? Profundidade filosófica?
Vastidão? Elevação? Épica? Lírica?
Procuro um acelerador do tempo.
Qual é a coisa mais bela que conhece?
Não responderei por precaução, sempre
que partilho o belo sinto que o torno feio.
O seu hobby preferido? Dormir.
O seu pecado favorito? A confissão.
E para concluir (tão brevemente quanto possível):
Porque é que escreve? Sabe, a poesia
é o mundo a abrir os olhos. Escrevo para ver.
terça-feira, 16 de julho de 2024
AINDA O LUGAR INCERTO DA PROCURA
OPÇÕES DE UM ESTADO LAICO E REPUBLICANO
EU É MAIS BOLOS
Apanho com esta no Público, dita por José Gameiro: “Sou mais feminino do que masculino na forma de sentir e pensar”. E fico a pensar sobre isto, mas não sei se de um modo feminino ou masculino. Também sinto coisas estranhas sobre esta eloquente afirmação, mas desconheço se o que sinto o sinto de forma masculina ou feminina. A minha vida é uma confusão, gostava de ter um aparelho que me medisse a feminilidade dos pensamentos e a masculinidade dos sentimentos. Isto em percentagem devia ser interessante de ser pensado e sentido, a modos que não binariamente. Ou será bianualmente?
ELOGIO DA PROVÍNCIA
Fui deixar o bólide para revisão. Regressei a butes. Passei pela Praça e aproveitei para comprar tangerinas, tabaco e registar o Euromilhões. Aproveitei para ir aos CTT enviar uma "Domesticadora..." a um amigo acamado. Entrei numa clínica e agendei um electrocardiograma e um ecocardiograma adiados desde Fevereiro, entrei noutra e marquei análises para amanhã. Parei num café aqui do bairro para folhear o jornal, beber a bica e uma água das Pedras. Fiz isto tudo a pé, numa manhã. Ainda não é meio dia. Um tipo anda sempre a queixar-se, mas cada vez que me lembro do que era a minha vida em Lisboa mais graças dou por me terem convencido a fixar-me nas Caldas. Um luxo, poder fazer isto tudo a pé, numa manhã, sem ninguém a chatear.
E DIETA DA IGNORÂNCIA?
segunda-feira, 15 de julho de 2024
UMAS MERDAS
ELEIÇÕES AMERICANAS
Este fascínio da imprensa portuguesa pelas eleições americanas, que tanta gente leva de arrasto nas redes sociais, é saloiice que nunca hei-de compreender senão à luz de uma inclinação genética para a subserviência e o beija-mão. Sobre eleições norte-americanas a minha posição é exactamente a mesma que o saudoso João César Monteiro manifestou relativamente ao público português. Vocês sabem.
domingo, 14 de julho de 2024
ÉPOCA DE SALDOS
VEM NO PÚBLICO
"Uma “super-Terra”: a 48 anos-luz de nós, há um planeta que poderá ter atmosfera e até água líquida." E sem Milhazes nem Josézes Rodrigues dos Santos nem Cristinas Ferreiras nem CMTVezes nem Venturas... É só vantagens.
NA TESTA
Com os olhos postos nas notícias, não evito, como certamente tanta gente boa por aí, que ao pensamento venha o desejo de uma geometria exacta: era só mais um bocadinho ao lado, penso. Em tantas coisas é assim a vida. E, por vezes, até a morte. Era só mais um bocadinho ao lado.
AS PRIMEIRAS VEZES
Lembro-me pouco das primeiras vezes, apago-as involuntariamente, talvez por algum mecanismo interno que desconheço e não domino, porventura de autodefesa, ou quem sabe de mero desinteresse. Não me recordo do primeiro dia de trabalho, por exemplo. Se estava ansioso, nervoso, calmo, confiante. Da primeira vez que fiz amor só me lembro que estava muito bêbado, pelo que me esqueci do resto. O primeiro livro foi recalcado, creio que por vergonha. O primeiro dia de escola está-me atravessado algures entre o pensamento e a garganta, surge-me, de quando em vez, como uma imagem regurgitada. Creio que houve alguém a chorar por mim. Terá havido? A primeira vez que viajei, quando foi? E onde? De todas as primeiras vezes que podiam eventualmente ser marcantes, o primeiro beijo, o primeiro cigarro, o primeiro passo, a primeira perda, o primeiro borrão tornado público, sobra-me praticamente nada. Contam-me que tive um parto traumático, talvez se deva a isso. Não preciso de explicações, pouco me importa, mas constato que assim é porque conheço muita gente que guarda as primeiras vezes como tesouros pessoais. As minhas primeiras vezes são sombras difusas, o que me deixa espaço para reinventar a vida como bem me apetece. Quero crer que as primeiras vezes foram tão determinantes que as esqueci. Só o que esquecemos nos determina. Sobre as memórias vivas temos o poder de as controlar, o que esquecemos escapa-nos, há-de andar por dentro de nós fazendo das suas, condicionando as decisões, as hesitações, cada passo da caminhada que é a vida na direcção do abismo.
sábado, 13 de julho de 2024
ESTANTES
Três dias para arrumar a livralhada. Dores nas costas, nas coxas, nos ombros, de agachar, levantar, flectir, ajoelhar, e aquela sensação horrível de perda de tempo ao quadrado. Primeiro, porque nada disto tem já arrumação possível. Depois, por constatar que não devia ter lido nem metade do que li até hoje. Interrogo-me porque raio tenho perdido tanto tempo da minha vida a ler coisas que agora apodrecem em caixotes?
TRÊS SÉCULOS E MEIO
Passados 356 anos, constatamos que as palavras de Molière continuam a produzir o seu efeito. As pessoas riem, incomodam-se, gargalham ou ficam com vontade de saltar para a cena porque têm a solução para os problemas que diante delas se (des)enrolam. Tem piada sentir as reacções do público depois de ver o trabalho que foi, que é, que continuará a ser. Parabéns ao Fernando Mora Ramos, que com este Molière se estreou na encenação e a ele regressou agora, 45 anos depois, para nos oferecer um objecto especial. Ouvi de tudo, que Patego tem o que merece, que é um palerma, outros com pena do corno condenam Angélica, a que merece destes compreensão e naqueles inspira raiva. Pelo Perdigoto têm todos empatia, é a prova de que o patrão carrega uma besta dentro de si. Merece castigo. Manhoso é puro gag, o povo adora tolos porque se acha superior a eles. Com Claudina, a empregada, a empatia não é do mesmo tipo, tem momentos de impertinência que um povo católico como o nosso não aprova. Era o que mais faltava, uma empregada faltar ao respeito ao patrão. Clitandro merece compreensão, a despeito da insídia. É o galã que não se desdenha. E os Vilar de Tolos, na sua ruína saloia, o que inspiram nesta terra? Talvez algum tipo de identificação. Para mim, são terríveis. São eles o rosto da hipocrisia que nos governa. Aproveitam-se do genro corno e condenam à infelicidade uma filha a quem não resta senão ser infiel. Parabéns aos actores, que contribuem para que possamos pensar estas coisas sem chegar a certezas. 356 anos depois, Patego, Dandin no original, continua a fazer sentido. Deve ser a isto que se dá o epíteto de génio.
sexta-feira, 12 de julho de 2024
PREFÁCIOS
Diante do Aquilino com prefácio de Cavaco, Quitéria fica à espera das obras completas de Cavaco posfaciadas por Camões. Como é possível um morto escrever sobre um vivo? Eis mais um mistério para desvendar no país da parolice.
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DEBAIXO DOS ESCOMBROS
E é isto. O algoritmo não vai mostrar, o Milhazes vai
coçar as virilhas, os generais da parvónia vão palitar os dentes, o
comentariado vai passar por cima do assunto, a União Europeia vai varrer para
debaixo do tapete, os EUA, sempre exemplares, vão mijar a favor do vento, a
NATO vai pedir mais guito para a Ucrânia, haverá muita gente preocupada com o
antissemitismo e nas redes, nas ruas, um pouco por todo o lado a vida seguirá o
seu curso como sempre: a CMTV ligada no café, para nos distrair com o crime do
dia como se vivêssemos todos na Casa dos Horrores da Feira Popular.
Diz a notícia do The Guardian:
"Cerca de 6.400 palestinianos dados como
desaparecidos ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) desde o início da
guerra em Gaza a 7 de outubro ainda não foram encontrados, disse o Comité.
Acredita-se que muitos estejam presos sob escombros, enterrados sem
identificação ou mantidos em detenção israelita, enquanto outros foram
separados dos seus entes queridos, que não conseguiram contactá-los.
Aproximadamente 1.100 novos casos de pessoas desaparecidas foram registados e
permanecem sem solução desde Abril, disse o CICV."
Chama-se genocídio, está a acontecer à nossa frente. E os porcos do costume vão continuar a roncar na sua chafurdice hipócrita.
SERENAMENTE SOBRE LANTERNAS
Andrea Cohen estreou-se em 1999 com “The Cartographer’s Vacation”, tendo desde então publicado oito livros. O mais recente, já deste ano, intitula-se “The Sorrow Apartments”. Esta colectânea agora vertida para português, em edição bilingue, permite-nos ficar com uma ideia da poesia da autora, pouco conhecida entre nós. Que me recorde, ouvi falar dela pela primeira vez através de uma tradução do poeta Miguel-Manso divulgada online, o que faz sentido ao constatáramos afinidades estilísticas entre ambos os poetas.
Os poemas de Cohen são geralmente breves, justificando o uso do prefixo micro, como faz Portela, para nos referirmos a eles, embora essa característica não esgote de todo a natureza de uma poesia que parece enraizar-se numa certa ideia de poesia oriental que pelo ocidente foi sendo generalizada. As referências a poetas chineses como Wang An-Shih e Su Tung-Po contribuem para tal aproximação, embora a referência ao argentino Roberto Juarorz me pareça mais adequada à compreensão de um labor poético onde mais do que memória e percepção parecem estar em tensão o instante e a reflexão. Esta tensão, característica de uma poesia minuciosamente depurada, coloca-nos no centro de uma paradoxal tentativa de conciliação do instante que motiva o poema, fugaz como um relâmpago, com os tempos maturados e longos da reflexão.
Por detrás da brevidade e da concisão dos poemas antevemos uma maturação das imagens que torna possível a síntese, mesmo quando o que está em causa é uma espécie de jogo com as palavras que parte de uma premissa inusitada para obter uma conclusão inesperada. Esta dimensão lúdica observa-se, por exemplo, num poema como “Companheira de viagem”: «Ia para todo o lado / com uma mala vazia. // Nunca se sabe quando / precisamos de partir // à pressa sem nada» (p. 23). Há um aspecto irónico nesta poesia que não a condena à gratuitidade humorística precisamente porque mais do que ao trocadilho e a brincadeiras polissémicas, paronímicas, entre outras tão do agrado geral, eles fundam múltiplas possibilidades de sentido recorrendo ao máximo para o reduzirem ao essencial. É o que acontece neste “Espelho”: «Teria pagado / o que fosse // por um / com outra // cara nele» (p. 51).
Outro exemplo, no campo daquilo a que poderíamos chamar poema social, é este cortante “Protocolo”: «O primeiro ministro / do Japão vai // visitar Pearl Harbor / e, à semelhança do // Presidente dos E. U. A. / em visita a Nagasaki, // não apresentará desculpas» (p. 69). No extremo oposto do poema-piada, que vive do anedótico para entreter cabeças pouco exigentes, estes poemas não dispensam a reflexão crítica que os fundamenta, surgem-nos como sínteses de percepções e de pensamentos capazes de conjugar, na sua extrema simplicidade, a complexidade do mundo com a tentativa de compreensão de quem o observa com distanciamento profiláctico. Podemos sempre dizer, o que não estará de todo errado, que a espaços se assemelham a aforismos partidos em verso. E daí? O que é um poema senão prosa em verso? Regressamos à tal micronarratividade sublinhada por Manuel Portela no prefácio, característica de tanta poesia actual que, mais cinismo, menos cinismo, lá vai resistindo à prosa enfatuada dos dias:
não dei há seis anos
parar de apodrecer.
quinta-feira, 11 de julho de 2024
VEM NO THE GUARDIAN
Vem no The Guardian:
"Armas israelitas carregadas de estilhaços causam
ferimentos devastadores nas crianças de Gaza, dizem médicos. Cirurgiões que
trabalharam em hospitais europeus e em al-Aqsa descrevem ferimentos extensos
causados por estilhaços de "fragmentação" que especialistas dizem
que são projectados para maximizar as baixas."
A UE continua indiferente a isto.
SHELLEY DUVALL (1949-2024)
Cada qual tem as suas pancadas. Shelley Duvall (1949-2024) era uma das minhas. Acho que a culpa foi da Olívia Palito no Popeye (1980) de Robert Altman, em contracena com o malogrado Robin Williams. Também de Altman é o comedy western Buffalo Bill and the Indians, or Sitting Bull’sHistory Lesson/Buffallo Bill e os Índios (1976), em que Duvall aparecia ao lado de estrelas como Burt Lancaster, Paul Newman, Harvey Keitel ou Geraldine Chaplin. E no magnífico McCabe & Mrs. Miller (1971) aparece ao lado de Warren Beatty e de Julie Christie. Uma curiosidade: no western de 76, o escritor E.L. Doctorow integrou o corpo de actores. Há "Annie Hall", antes de ter havido o insuperável "Shining" (provavelmente o meu preferido de Stanley Kubrick). Obrigado senhora Duvall, continuarei a vê-la por aí.
DECREPITUDE
quarta-feira, 10 de julho de 2024
JORGE PATEGO OU O MARIDO HUMILHADO
JORGE PATEGO OU O MARIDO HUMILHADO
de Molière
Podemos falar de duas dimensões nesta peça de Molière, uma patente e outra latente. A primeira é a da comédia de costumes, a do marido corno, tema caro ao autor francês, que tudo faz para provar a infidelidade da mulher. A segunda é a da crítica social plasmada no conflito de classes. Patego é um rústico a quem falta o trato e as maneiras dos cortesãos. Os sogros, de apelido Vilar de Tolos, são de uma nobreza rural em decadência, fazem da filha moeda de troca a fim de sustentarem um modo de vida afectado, imitação reles de Versalhes. O tratamento que oferecem ao genro não é muito diferente do que este oferece aos criados, a despeito da agressividade e da violência nos gestos. Acusam-lhe a falta de civilidade e de boas maneiras, cabendo à Senhora de Vilar de Tolos deixar bem claro que «não estamos entre iguais».
Este encontro com a commedia favorece também George Dandin. Refere Mora Ramos: «No caso de Patego é muito claro que há cenas que são puro entretenimento a que se seguem outras de tipo nada “para divertimento e riso garantido”. A cena de Perdigoto é isso: um número em que se respira uma pausa na trajectória cornuda de Patego. A cena em si, por outro lado, no limite, nada tem de divertido, pois é a cena de um espancamento que não acontece por talento do fugitivo Perdigoto, cuja arte é, como em Arlequim, escapar às pancadas. Já o desgraçado Scapin, outra figura cómica famosa de Molière, apanha pauladas sem fim dentro de um saco.»
CLAUDINA: Quanto a mim, detesto os maridos ciumentos e quero um que não se espante com nada, um tão confiante e seguro da minha castidade que me pudesse ver, sem se inquietar, no meio de trinta homens.
terça-feira, 9 de julho de 2024
NÃO À CENSURA
A encenadora Yevgenia Berkovich e a dramaturga Svetlana Petriychuk foram condenadas por causa de uma peça de teatro. "Finist the Bright Falcon", a peça, foi considerada pelas autoridades russas propaganda terrorista. Sobre mulheres atraídas para o ISIS e outras organizações islâmicas, questiona as razões que motivam muitas mulheres na Rússia a ceder às tácticas de recrutamento online. O texto é baseado em registos do caso de Varvara Karaulova, uma estudante de filosofia de 19 anos que tentou partir de Moscovo para a Síria em 2015, mas foi presa e condenada a 4,5 anos de prisão. Na peça, uma versão modificada da história de Karaulova é cruzada com temas de contos de fadas russos.
segunda-feira, 8 de julho de 2024
UM SEM-ABRIGO