segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

OUTONO


Fui colega de curso do Gonçalo Salvado, um dos filhos do António Salvado. Em 1998, se não me falham as contas, acompanhei-o à Casa Fernando Pessoa para marcar presença na apresentação do livro Rosas de Pesto (A Mar Arte). Tive oportunidade de conhecer pessoalmente o poeta, pai de um companheiro que encontrei uma ou duas vezes, de raspão pela capital, nos últimos anos. Desde então, o António Salvado tem a gentileza de me enviar por correio postal todos os livros que vem publicando. Vão para a morada de Lisboa, dedicados ao poeta Manuel Bento, como então eu assinava algumas leviandades que tornei públicas. Celebro este ano dez primaveras de afastamento lisboeta, mas a casa de família onde residi ainda existe, alugada a estudantes que se encarregam de fazer chegar aos meus pais a correspondência que para lá me é dirigida. Outono chega-me com três meses de atraso, precisamente um dia depois de, por mera coincidência, ter escrito este post. É uma edição trilingue (castelhano, português, japonês) que une a Editorial Verbum à Trilce Ediciones, cabendo a tradução espanhola a A. P. Alencart e a japonesa a An Oshiro. Aos versos de António Salvado juntam-se as “ilustrações” de Kousei Takenaka. O resultado é acolhedor:




São corpos desgastados
que não deixam fugir
bem para longe as almas.



Obrigado António Salvado.

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