sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

VOTO COELHO

Na falta do eterno candidato a candidato Vieira, José Manuel Coelho trouxe um agradável colorido às presidenciais. Ainda que algo previsível, é o único candidato interessante. Cavaco é um mistério, um indivíduo cinzento que a gente nunca há-de perceber como é que chegou onde chegou. O povo que temos gosta daquela coisa porque é o povo que temos. Andou a servir trafulhas durante dez anos, prepara-se para continuar a servir-se a si próprio durante mais cinco. 20 anos de Cavaco é mesmo deprimente. Pronto, certo, a Maria Cabrita precisa dele, afinal só tem 800€ de reforma. Uma pechincha.

Defensor de Moura… quem é Defensor de Moura?

Nobre é a Madre Teresa de Calcutá das presidenciais. Está na campanha para não ser como os outros fazendo exactamente o mesmo que os outros fazem: discursos insignificantes, comícios sem conteúdo, foguetes retóricos no vazio. Diz que quer marcar a diferença e a única diferença que tem para marcar é o facto de não ser apoiado por nenhum partido. E daí? A sociedade civil que temos não me merece assim tanto respeito que me leve a votar num candidato que se auto-proclama o seu.

Chico Lopes é fixe. Sacrilégio! Tenho uma teoria sobre estes tipos do Partido Comunista, é a mesma que o meu pai tem sobre os tipos do PCTP/MRPP. Só têm um problema: o serem comunistas. Tudo o que afirmam é de uma afinação diapasiana, são incapazes de proferir uma mentira, têm uma capacidade de resistência inacreditável, foram electricistas, mecânicos, agricultores mas parecem saídos das melhores universidades norte-americanas. São tipos mesmo bacanos. Mas são comunistas. E a verdade é esta: o comunismo não me inspira senão desconfiança.

Alegre é alguém que tem a mania que é. Meteu-se-lhe na cabeça que havia de ser Presidente da República. Aquilo é paranóia de poeta. Não há nenhuma consistência política nos seus discursos, o embaraço é indisfarçável tendo em conta o historial oportunista. Alegre é uma espécie de Postiga, desmarca-se bem mas a bola vai-lhe sempre ao poste. Sempre que o vejo não consigo afastar da cabeça a ideia de que se trata de alguém com meras aspirações literárias. Não tem quaisquer aspirações políticas. Aquilo é tudo sonho, como uma criança que se perde na ilusão de vir a ser: o Poeta Presidente. E por isso ficar na história. Que triste!

Resta Coelho. O Coelho tem pinta. Aposto que era o malandro da turma. Os media acham-lhe graça e não é razão para menos. O tipo é um stand-up comedian nato com um currículo que parece saído de uma obra de humor surrealista. Topem bem: Inscrito no PCP, é deputado regional pelo PND… Continua a declarar-se comunista, apesar de representar um partido de direita. Ardina do Garajau, o jornal satírico de que é director, se for eleito Presidente continuará a ter um terço do vencimento penhorado para pagar indemnizações a que foi condenado. A República precisa de um homem destes.

8 comentários:

Anónimo disse...

Eles não lhe provocam senão desconfiança porque "são incapazes de proferir uma mentira"?

Anónimo disse...

Apoiado!

hmbf disse...

o coelho também diz que é comunista, no entanto não me inspira desconfiança. há que ser coerente, e o coelho é. um comunista deve ter uma consciência política alargada, daí que a candidatura pelo pnd temha todo o sentido. um verdadeiro e puro comunista não pode ser só um empregado do PC, tem de ser um pouco de tudo. ;-)

Anónimo disse...

Vai lamber sabão...
Fala do que sabes.
E deixa o resto...

B.P.

hmbf disse...

Mas assim não falo de nada. Depois você comenta o quê?

Anónimo disse...

Outra vez: apoiado!

MJLF disse...

E pá, ontem vi o Coelho na televisão à porta da casa do Cavaco e foi só rir, acho que vou votar no gajo.

hmbf disse...

A República precisa de um coelho, o Coelho precisa da República.