A Machada (øksa)
A machada
aquela machada de aço nu
é o atributo do rapaz da floresta
tão imprescindível
como chave na mão de San Pedro.
Esgotei muitas machadas,
machadas Mustad, Machadas Finstad, machadas Suecas,
muitas –
Algumas serviram-me fiéis
em dias perfumados de árvores
outras iradas em acendalhas
e em pragas rogadas
à cabeça inválida do ferreiro.
Mas todas –
as falsas tanto quanto as fiéis –
tinham seu rosto
O seu austero perfil de aço
diferente de todas as outras.
Notas assim que brandes a machada,
o linguarejar próprio
a promessa vou encontrar-te
muitas manhãs,
durar nos teus sonhos
como recordação silenciosa.
E quando rodas a machada nova
ao primeiro golpe ensejado,
é como se os músculos ouvissem –
Se não aprendes a conhecer a tua machada
a amigares-te com ela,
então acontece: dar-te lembrança
das tradições sangrentas do aço.
(originalmente publicado em Ser Jeg en blomme i skogen, 1954)
Respigado aqui. Mais poemas de Hans Børli aqui. E mais, aqui.
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