segunda-feira, 1 de julho de 2013

«É SÓ QUANDO ESTOU PEDRADO QUE ME SINTO PARTE DA PAISAGEM...»

 
Shen Zhou, Dinastia Ming (1368-1644)
 
«A paisagem, em sentido estrito, é o produto da separação do trabalho e do lazer», argumentei. Não fazia ideia nenhuma se o que estava a dizer era correcto - ia inventando à medida que falávamos - mas, ainda assim, prossegui. «Naturalmente, esta paisagem melhora - ou requer - a visão, no meio da labuta de seres humanos, activamente envolvidos na sua criação ou preservação. É como aquela parte em Jean de Florette ou Manon des Sources em que Gérard Depardieu pergunta a um camponês se ele gosta da paisagem. O camponês não faz ideia do que ele está a falar. Tens de ser estranho à paisagem para a poderes contemplar.
 
 
Geoff Dyer, in Yoga para pessoas que não estão para fazer yoga, trad. João Tordo, Quetzal, Maio de 2013, p. 58.

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