A verdade é que em matéria de orgasmos tenho muito a
estudar. Numa breve passagem por Coimbra, o alfarrabista Miguel de Carvalho
ofereceu-me esta edição fac-similada de um original de 1914 que poderá ajudar
ao estudo. O Folclóre Pornográfico da Figueira da Foz, recolhido com sciencia,
como então se escrevia, está repleto de alusões enigmáticas que conviria esclarecer.
Alguém se aventure. De exemplo, fica o Adagiário:
1 — A bom caralho, bom còno.
2 — Quanto mais prima,
Mais se lhe arrima.
3 — Pra sacana, sacana e meio.
4 — Brincadeiras com mulheres, só na cama.
5 — Na cama não ha programa.
6 — Amor de pica
sempre fica.
7 — O amor é uma cubiça
que entra pelo olhos
e sai pela pissa.
8 — Quem mais fóde
mais póde.
9 — Quem mais chóra, menos mija.
10 — Cu com sono, não tem dono.
11 — Merda sêca não se péga.
12 — O cu não tem nada co’as calças.
13 — Puta arrependida,
amigo reconciliado,
e caldo requentado,
— que os leve o diabo!
6 comentários:
O nome da terra adensa o pornográfico. Dizer «Folclore Pornográfico» ou «Folclore Pornográfico da Figueira da Foz», é diferente; sobe o nível. Ou ««Folclore Pornográfico dos Marrazes». Deve ser por nos vir à ideia algum conterrâneo específico.
Imagino como seria uma recolha do 'Folclóre Pornográfico de Picha', aldeia de Pedrógão Grande cujo nome muito se presta a folclóricas pornografias.
Ou Folclore pornográfico de Picha e Coina".
Gostei especialmente do brocardo 13.º.
Mistura explosiva, Cuca.
Sim, o remate 13 é muito bom.
É fodido, perdão, é chato (e não pode coçar-se), poder haver tão bom diálogo sem falar com ninguém. Chiça, penico!
Quem muito fala pouco aprende.
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