sábado, 12 de abril de 2014

CABO DA ROCA

O farol é falacioso, não te orienta nos acidentados recessos da alma. Com sorte, o nevoeiro abrir-te-á os olhos para a serra. É lá que os covis protegem do naufrágio piratas com espadas de pau. Mortos do trabalho, enterrados pela vida doméstica, correm o sério risco de encalhar algures num promontório sugestivo. Seria tentador, acelerar a queda com um mergulho, não fosse o impacto do vento na pele.

2 comentários:

soliplass disse...

Hoje lembrei-me do poema de Bukowski (my father) que te tinha referido Aquando do último café.

Está lá na minha tabanca: http://ancorasenefelibatas.wordpress.com/2014/04/12/bukowski-my-father/

Com um abraço do sul

hmbf disse...

Excelente.