A turba só vai à praia quando o bar está aberto, o banhista
vigia, as bóias de salvação estão por perto. A turba adora sentir-se
acompanhada, por isso escolhe dias de multidão para poder reclamar do parque de
estacionamento atolado. Depois estaciona em qualquer lado e se for multada a culpa
não é sua, é do parque, da junta de freguesia, do arrumador, do verão quente,
da maresia. Quando está frio, a turba fica em casa a ver televisão, pinta o
cabelo, arranja as unhas, dá banho ao cão. A turba anda sempre atrás de si
própria, é como a pescadinha de rabo na boca: cheira-se, morde-se, maltrata-se.
Faz-nos sentir sós, à turba estamos gratos.
1 comentário:
E há também aquela palavra boa, o maralhal, a malta a perceber-se.
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