Tenho por princípio que todos os muros são maus, embora
aceite a utilidade de alguns. Por exemplo, os muros que se erguem à volta das
casas particulares são de uma utilidade extrema. Sobretudo para grafitters. Só
não entendo que se festeje a queda de um muro, o de Berlim, e se fique impávido
perante a edificação do Muro da Cisjordânia. Outro muro que não tem causado
tremores é o chamado Muro Americano, um muro duplo, com uma extensão superior a
1100 quilómetros, que separará o México dos Estados Unidos. E depois há os
muros da vergonha, e são tantos e tão distintos que seria fastidioso
numerá-los. Festeje-se, pois, a queda de um muro enquanto outros são erguidos
com a complacência dos festejos.
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