Pessoas chegaram à sua casa irlandesa, por uma manhã. Pediu-lhes que esperassem pelo almoço para falarem consigo, já que estava extremamente ocupado. À hora do almoço, escusou-se e pediu-lhes que esperassem por ele para o chá. Assim foi. Perguntaram-lhe se tinha estado a escrever. «Estive. Passei a manhã a ver se havia de tirar uma vírgula de um poema. Quando ao almoço estava para descer, depois de a ter tirado, comecei a pressentir que algo estava mal. Levei a tarde toda, até agora, para a voltar a pôr.»
Joaquim Manuel Magalhães, in Os Dois Crepúsculos - Sobre poesia portuguesa actual e outras crónicas, A Regra do Jogo, Julho de 1981, p. 71.
3 comentários:
É bonito estar assim que tempos à volta de uma vírgula.
Nem quero imaginar se fosse um ponto e vírgula...
este é o meu tipo de empreendedorismo.
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