Quem é o casal filmado a tentar fechar uma mala de viagem
cheia de chuteiras roubadas no estádio do Vitória de Guimarães? Quem são
aqueles adeptos que pilharam tudo quanto puderam? E os que incendiaram as casas
de banho do estádio? Quem é o polícia que agrediu um velho à frente dos netos?
E agrediu um pai à frente dos filhos? Quem é aquela gente que no Marquês de
Pombal atirava pedras e garrafas à polícia? Quem são os treinadores que se
agridem em campo? E os comentadores de futebol que se insultam semanalmente em
directo na televisão? Quem é o jovem que matou outro jovem em Salvaterra de Magos?
Quem são as jovens que dão bofetadas num rapaz em plena praça pública? Quem são
os alunos que há tempos agrediram violentamente um colega no Colégio Militar?
Quem são os juízes que desculpam as agressões? Quem partilha estas coisas nas
redes sociais e as comenta e sobre elas faz piadas? Quem são os menores que há
anos mataram à pedrada um travesti no Porto? Quem são os opinion-makers que repetidamente
concluem que isto sempre foi assim? Quem pilha? Quem agride? Quem fere? Quem
mata? Quem passa incólume sob a chuva de pedras? Quem foge de barco? Quem fica? Quem vai a pé a Fátima?
4 comentários:
são os nossos vizinhos do lado.
Estão, sempre estiveram, presentes nas nossas vidas. Passam todos os dias à frente dos nossos olhos. Estão nas esplanadas, nas praias, nas ruas, nos centros comerciais, nos facebooks e afins.
O Turismo até pode ser talvez a maior fonte de "riqueza" do país mas nunca deixámos de ser verdadeiramente um país de pacóvios onde os filhos são piores que os pais porque são funcionalmente mais "instruídos", ou sejam, bebem mais merda da televisão e dos telemóveis e sabem manusear as novas ferramentas os que os torna potencialmente mais perigosos. Se as desigualdades sociais agravam a tendência para o triste cenário a que assistimos? Talvez! Mas não creio que tal seja decisivo...
é verdade. aquele casal a pilhar as chuteiras deu-me que pensar também, tinham todo o ar de domingueiros pacatos.
Lourenço, é o poder das multidões. Levam tudo por arrasto.
Ontem discutia-se o assunto cá em casa. Eu ainda estou convencido que se confrontássemos o casal com aquelas imagens e perguntássemos: ora diga-me, o que ganhou com o gamanço? acha que valeu mesmo a pena fazer esta triste figura? Estou convencido de que as pessoas assumiam o erro e o efeito podia ser pedagógico. A psicóloga cá de casa acha que não. Somos mesmo bichos, foda-se.
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