segunda-feira, 4 de maio de 2015

STREAMING

Não sei o que é, não quero saber. Também nunca “saquei da net” música, filmes, livros. Os que tenho, compro-os. Pago por eles o que posso, quanto posso, quando posso. Não podendo, não adquiro, não compro. Faz-me muita confusão este rumo. Se bem sei, o desenvolvimento das novas tecnologias tinha na sua origem a possibilidade de o homem vir a gerir o seu tempo de um modo diferente. Os resultados estão à vista: mais desemprego, sobrecarga laboral, impérios a crescer à custa de uma compressão inqualificável do trabalho, de todo o trabalho, incluindo o trabalho criativo. A democratização do acesso à cultura é, pois, um mito. Antes de ter tempo ou dinheiro, verifica-se que só acede à cultura quem tem cultura. É uma redundância que mantém a informação, o saber, o conhecimento, a arte, fechada num círculo restrito - à custa da estupidificação das massas, entretidas com o circo que sempre as distraiu.

6 comentários:

Ricardo António Alves disse...

Assino por baixo.

joao disse...

É exatamente assim

Anónimo disse...

eu ainda frequento clubes de video (sim, ainda há...) e bibliotecas.

também não me consigo adaptar aos e-books.

Ivo disse...

E qual é o tal "rumo" que o Henrique refere? A digitalização-virtualização da literatura e da música?

Cuca, a Pirata disse...

Apesar de tudo, quero acreditar o círculo se alargou um pouco. Não na dimensão que seria de esperar. Mas um pouco.

jpt disse...

certo