Não sei o que é, não quero saber. Também nunca “saquei da
net” música, filmes, livros. Os que tenho, compro-os. Pago por eles o que
posso, quanto posso, quando posso. Não podendo, não adquiro, não compro. Faz-me
muita confusão este rumo. Se bem sei, o desenvolvimento das novas tecnologias
tinha na sua origem a possibilidade de o homem vir a gerir o seu tempo de um
modo diferente. Os resultados estão à vista: mais desemprego, sobrecarga
laboral, impérios a crescer à custa de uma compressão inqualificável do trabalho, de todo o trabalho, incluindo o trabalho criativo.
A democratização do acesso à cultura é, pois, um mito. Antes de ter tempo ou
dinheiro, verifica-se que só acede à cultura quem tem cultura. É uma
redundância que mantém a informação, o saber, o conhecimento, a arte, fechada
num círculo restrito - à custa da estupidificação das massas, entretidas com o
circo que sempre as distraiu.
6 comentários:
Assino por baixo.
É exatamente assim
eu ainda frequento clubes de video (sim, ainda há...) e bibliotecas.
também não me consigo adaptar aos e-books.
E qual é o tal "rumo" que o Henrique refere? A digitalização-virtualização da literatura e da música?
Apesar de tudo, quero acreditar o círculo se alargou um pouco. Não na dimensão que seria de esperar. Mas um pouco.
certo
Enviar um comentário