quinta-feira, 26 de novembro de 2015

UM POEMA DE HERMAN MELVILLE

O TUBARÃO DAS MALDIVAS

Rodeando do Tubarão, fleumático,
Ébrio pálido do mar das Maldivas,
Os pequenos, insinuantes peixes-piloto, azuis e esguios,
Quão alerta o seguem.
Da sua boca serrilhada, do seu estômago sepulcral
Nada têm a temer
Mas liquidamente deslizam sobre o seu pálido flanco
Ou frente à sua cabeça gorgónea;
Ou abrigam-se no porto de seus dentes serrilhados
Em brancas triplas fileiras de cintilantes cancelas,
E aí encontram protecção quando o perigo espreita,
Um asilo nas fauces das Parcas!
São amigos; e amigáveis conduzem-no à presa,
E porém jamais partilham o festim —
Olhos e cérebro para o rabugento, letárgico e torpe,
Pálido devorador de hórrida carne.


Herman Melville (n. 1 de Agosto de 1819, Manhattan, Nova Iorque - m. 28 de Setembro de 1891, Nova Iorque), in Poemas, selecção, tradução e introdução de Mário Avelar, Assírio & Alvim, Março de 2009, p. 51.

2 comentários:

Claudia Sousa Dias disse...

Good! Era fantástico se a edição fosse bilingue.

hmbf disse...

e é.

http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.pt/2009/07/poemas-de-herman-melville.html