Interessante, este artigo sobre o peso relativo das
candidaturas no Facebook. Podemos até vislumbrar nele uma premonição, o futuro
ali escancarado à nossa beira. Há-de chegar o tempo, até por razões de
poupança, em que as urnas serão enterradas. Vencerá quem tiver mais likes na
página do Facebook. Segundo o artigo, o vencedor estaria garantido. Mas entre
os likes e a realidade há uma ponte chamada ilusão. Isto é como criar um evento
onde 1000 manifestam intenção de ir. Aparecerão 10. A métrica da amizade também
não anda longe disto, permitindo-me ser ainda mais incrédulo. Há tempos, um
escritor amigo, amigo de amigo, dizia-me ter largas centenas desses coisos na rede.
Publicou um livrinho de poesia, do qual se fizeram 100 exemplares, e convidou
toda a gente. Apareceram 12 pessoas. Nada mau. O livrinho levou dois anos e
meio a esgotar. 100 exemplares. Este admirável mundo novo é uma maravilha,
releva ainda mais aquele poema do Álvaro de Campos sobre os príncipes na vida.
Do lado de lá da ponte da ilusão é só campeões, do lado de cá o ridículo
dá porrada. Não admira que tanta gente se entusiasme com o lado de lá.
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