Num dia de várias vitórias desportivas nos europeus de
atletismo, a cereja no topo do bolo foi a conquista do Euro 2016 com um
especial sabor revanchista. Rui Patrício agigantou-se entre os postes, defendeu
tudo o que tinha para defender. Pepe foi eleito o melhor em campo, mas já devia
ter sido antes. A imagem deste luso-brasileiro a vomitar no final do jogo
ficará para sempre na minha memória, foi de uma entrega absoluta, difícil de
acreditar. Sem Ronaldo, que saiu lesionado na sequência de entradas intimidatórias dos jogadores franceses, a equipa soube organizar-se, exceder-se,
concentrar-se. William Carvalho fez um jogo mágico, Adrien parecia ter cinco
pulmões, João Mário é a elegância em campo. Acabaram por estar todos bem,
especialmente a defender. O jogo decorria e era previsível o que veio a
acontecer, para mim era que o previ e disse entre os meus: «O Fernando Santos
vai ter que mostrar coragem, retirar o Renato e meter o Éder». Era evidente que a equipa precisava de uma referência na frente, a sacar faltas aos
franceses, a lutar ombro a ombro, mesmo que essa referência fosse um jogador
mal amado como Éder. Entrou e cumpriu, começou a sacar amarelos à equipa
contrária, transcendeu-se e fez o que ninguém esperava, um chuto, passe a expressão,
de luva branca. Golo. Era o sonho a cumprir-se. Este rapaz, nascido na Guiné
Bissau, foi o nosso lobo solitário, disse a todos que devíamos ter acreditado
nele porque ele acreditava em nós. Eu que sou ateu, comovi-me com a mensagem
final de Fernando Santos. Diria Amália que foi deus. Se calhar foi, se calhar
não foi. Que se foda. O caneco é nosso.
A imagem ao alto é do Público.
2 comentários:
Eu podia fazer minhas as suas palavras (se disso fosse capaz).
Mas a imagem está ao baixo...
Não, está ao alto. Tem razão. Hoje está tudo ao alto.
:-)
Parabéns pela grande conquista. Aqui no bairro soltaram fogos
Enviar um comentário