terça-feira, 15 de novembro de 2016

ABRIR UM INQUÉRITO


Segundo o jornal Público, a responsável por uma Associação de Psicólogos Católicos afirmou que ter um filho homossexual é como ter um filho toxicodependente. Desconheço o contexto em que tal afirmação possa ter sido proferida, nem sabia da existência de uma Associação de Psicólogos Católicos. A invasão da ciência pelo esoterismo é-me estranha. Mas agrada-me o perfil da beata, desafia-me o pensamento com toda uma série de conjecturas:

1. Para esta "psicóloga", a que será comparável ter um filho gay toxicodependente?
2. Poderemos considerar que consultar um psicólogo católico é o mesmo que nos confessarmos a um padre?
3. Qual a diferença entre um padre e um padre e um padre?
4. E se o filho gay for católico?
5. E se for católico, gay, toxicodependente e seminarista?
6. Presumindo que a toxicodependência careça de tratamento, que receita para tratar um homossexual?
7. Referindo-se a psicóloga a estigmas, como surgirão os estigmas? 
8. Poderemos considerar a afirmação proferida um estigma social?
9. Ter um filho toxicodependente é um problema inquestionável. Ter um filho homossexual é um problema?
10. Ter um filho sacristão é como ter uma vítima de pedofilia? 
11. Ter um filho seminarista é como ter um potencial criminoso?

(…) 

16 comentários:

Lady Kina disse...

Pior do que tudo isso junto só mesmo ter um filho comunista. Mas graças a Deus acabaram com isso.

Lady Kina disse...

https://www.youtube.com/watch?v=C53bYzFohcE

maria disse...

mesmo não conhecendo o contexto ( e muitas voltas se dão ao contexto)é como dizia o outro há muitos anos: perdoai-lhes...

hmbf disse...

Lady Kina, a minha mãe ainda hoje não se conforma.

Maria, não têm perdão. Tiveram todas as oportunidades do mundo para aprender, saber, pensar. Não têm perdão.

panaceia disse...

Bom dia, Henrique

Só dás desgostos à tua mãe :)

Na minha família há um comunista gay... uma desgraça.
E ainda por cima o rapaz é inteligente, não se percebe o que lhe aconteceu, como lhe deu logo para duas coisas tão ruins (ironizando, claro)!
Saúde e um abraço
Lia

Cuca, a Pirata disse...

Este é um daqueles casos que só é um caso quando se retira o contexto à frase.

Cuca, a Pirata disse...

E nem sendo necessário dizer que discordo da senhora, mas já o dizendo na mesma que isto nunca se sabe, não sei o que é pior. Se as declarações ou se um inquérito com vista a processo disciplinar (para aplicação de sanção) por ter feito tais declarações.

hmbf disse...

Não sei o contexto desta frase em concreto, mas entretanto vi isto: https://www.youtube.com/watch?v=-xiqqq2OYdc . Não há contexto que a salve. Vai para o Inferno.

hmbf disse...

Lia, pelo menos dei-lhe netas. E até ver ainda não foram tocadas pela doença do comunismo. E que eu saiba, também são sexualmente saudáveis.

Cuca, a Pirata disse...

Espero que não. Teríamos de conviver!

hmbf disse...

Desculpa pirata, mas quem fala assim não pode exercer psicologia:

«Eu entendo que a homossexualidade é uma doença porque a nossa sexualidade, para além do facto de ter de ser vivida como uma unidade da pessoa , portanto, aquilo que a pessoa é expressa fisicamente e como nós sabemos a complementaridade homem e mulher destinam-se a expressar justamente essa unidade na comunhão, e isso não é possível se a entrega for feita entre duas pessoas que são iguais. Portanto, toda a sexualidade que não é vivida na diferença entre homem e mulher é, de certo modo, uma sexualidade que não é assumida na plenitude, é como se fosse uma “infantilização” da sexualidade. Infantilização no sentido de não ser completo, não ser adulto. Porque um adulto vive a sua sexualidade de forma adulta, é capaz de suportar a dificuldade que é entregar-se a alguém que não é exactamente igual a ele. E eu tenho verificado mesmo na clínica que esta é uma das grandes dificuldades das pessoas que, enfim, são perturbadas pela homossexualidade, a dificuldade de poder confiar em alguém que lhes aparece como sendo tão diferente pelo facto de ser de outro sexo. Portanto, isto é uma das características da homossexualidade que a torna uma perturbação psicológica. Depois também é muito cultural, hoje em dia. Porque a partir do momento que a nossa cultura defende e até incentiva a utilizar a homossexualidade como uma coisa normal ou a ver a homossexualidade como uma coisa normal, as pessoas já nem sequer se põem a questão se será certo ou errado, se estão bem ou se estão mal, se é uma perturbação ou não. E então vivem-na como normal, o que faz com que cada vez se generalize mais. Nós sabemos que uma coisa que é errada, se a lei ou a moral comum a toma como correcta deixa-se de pôr a questão, deixa de ser um problema. Portanto, às tantas também é um problema cultural grave.»

Seria o mesmo que a Ordem dos médicos aceitar que o Professor Herrero exercesse medicina.

panaceia disse...

Henrique, como escrevi, estava a "ironizar", tal como quando me referi a uma pessoa da minha família (tão inteligente, tão bom rapaz... gay e comunista).
Abraço

Cuca, a Pirata disse...

Mas as declarações da polémica não são essas. Eu essas nunca tinha lido.

hmbf disse...

Não conheço as da polémica. Procurei o nome da senhora no Youtube e dei com isto.

MJLF disse...

E ser filha dessa psicóloga católica? Deve ser um atrofio!

hmbf disse...

Ou não.