Leio no Público que a “ilha dos cães”, uma ilha-prisão
para rebeldes e “terroristas” no tempo do colonialismo, prepara-se para ser transformada
num centro turístico, com a construção de um resort no lugar da
antiga prisão. No mesmo jornal, atenho-me à escandalosa notícia segundo a qual
a Zara foi criticada por usar, numa saia entretanto retirada das montras, uma
rã que é considerada um símbolo da extrema-direita norte-americana. Eis dois
apontamentos noticiosos que captam bem o ar dos tempos, um ar infectado pela
desvalorização da memória colectiva e por um aviltamento do simbólico enquanto energia
conservadora dessa memória. Contra tal vírus é que não se conhece vacinação eficaz.
Seria a educação, talvez, a cultura, por certo, essas duas dimensões da
existência humana cada vez mais hipotecadas na formação de tecnocratas cuja
insensibilidade esteja ao nível das competências exigidas pelo maravilhoso
capital.
Ao alto, uma Nossa Senhora de Fátima em cristal, à venda
no sítio da Vista Alegre pela módica quantia de €128. Já esteve a €182,60. É
aproveitar. Como diz a minha amiga Maria João, não precisa de pilhas.
3 comentários:
:D
A escultura quando se desenvolve na vertical vai toda parar ao mesmo sítio, sobretudo se for moderna, dificilmente escapa ao que é óbvio.
:)
Muito Bom.
A Hipocrisia faz milagres.
Canonizem a Vista Alegre como homenagem à cegueira da irmã Lúcia.
E convidem o Francisco para escrever a encíclica do advento no beija-mão ao laico estado da nação...
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