Fora eu secretário de estado, ou coisa assim, e recebesse
o convite da Galp para uma futebolada em que participasse a selecção
portuguesa num campeonato europeu ou mundial, bilhetes pagos, viagens pagas
(presumo), a primeira coisa que faria seria pedir à minha secretária para
inquirir junto do gentil conselho de administração sobre o número de colaboradores (parece
mal dizer 'trabalhadores' ou 'funcionários') -- quantos, portanto, colaboradores,
a começar pelos gasolineiros e seus empregados, haviam sido
gentilmente distinguidos com idêntica benesse. Claro que depois recusaria,
agradecendo, pois é mesmo foleiro um membro do governo aproveitar-se
destas migalhas de que, por interesses outros ou bajulações várias,
os dinheirosos lançam mão.
Estou já a ouvir a enxúndia opinativa dos mercenários de
serviço: demagogia, pá!, demagogia. A conversa fiada e bem remunerada do
costume. Direi, contudo, que este episódio canhestro, nada é, aparentemente,
comparado com a gatunagem (outra palavra talvez demagógica) que tem
assaltado o estado em governos tantos, e anda por aí, boa parte dela, a viver
acima das nossas possibilidades.
1 comentário:
Obrigado, meu caro.
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