Vale a pena ler a história que aqui se conta. Um excerto:
A guerra tinha começado a ser preparada um par de meses
antes, quando António Morais, proprietário de vários hectares de olival no
Lila, percebeu que uma empresa subsidiária da Soporcel se preparava para
substituir 200 hectares de oliveiras por eucaliptal para a indústria do papel.
«Tinham recebido fundos perdidos do Estado para reflorestar o vale sem sequer
consultarem a população», revolta-se ainda, 28 anos depois.
«Nessa altura o ministério da agricultura defendia com unhas e dentes a
plantação de eucalipto.» Álvaro Barreto, titular da pasta, fora anos antes
presidente do conselho de administração da Soporcel e tornaria ao cargo em
1990, pouco depois das gentes de Valpaços lhe fazerem frente.
«A tese dominante dos governos de Cavaco Silva era que
urgia substituir o minifúndio e a agricultura de subsistência por monoculturas
mais rentáveis, era preciso rentabilizar a floresta em grande escala», diz
António Morais. O eucalipto adivinhava-se uma solução fácil.
Crescia rápido e tinha boas margens de lucro. Portugal, aliás, ganharia em
poucos anos um papel de destaque na indústria de celulose e os pequenos
proprietários poderiam resolver muitos problemas de insolvência abastecendo as
grandes empresas com uma floresta renovada. A teoria acabaria por vingar em
todo o país, sobretudo no interior centro e norte. Mas não em Valpaços.
1 comentário:
São uns idiotas estes transmontanos. Tanto engenheiro florestal por aí a alardear que o problema não é dos eucaliptos. Ah ver eucaliptos em todas, repito, todas, as imagens que passam na tv onde há incêndios é obviamente pura coincidência.
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