Quanto White mais investigava o fluxo do dinheiro do petróleo dos headrights osage, mais camadas de corrupção encontrava. Embora alguns gestores e administradores tentassem agir tendo em vista os melhores interesses da tribo, eram muitíssimo mais aqueles que usavam o sistema para ludibriarem as pessoas que pretensamente protegiam. Muitos gestores compravam para os seus protegidos bens das suas próprias lojas ou inventários a preços inflacionados. (Um deles comprou um carro por 250 dólares e depois revendeu-o ao seu protegido por 1250). Ou então os gestores faziam todos os negócios dos seus protegidos em certas lojas ou bancos, em troca de subornos destes. Alguns afirmavam estar a comprar casas e terras para os seus representados quando, na realidade, as estavam a comprar para si mesmos. Outros pura e simplesmente roubavam. Um estudo do governo estimava que, antes de 1925, estes gestores tinham surripiado pelo menos oito milhões de dólares directamente das contas restritivas dos seus representados. «O capítulo mais negro da história destes Estado será o da gestão dos bens dos índios», declarou um líder osage, acrescentando: «Os gestores têm dissipado e gasto milhões - não milhares -, mas milhões de muitos dos Osage.»
Este «negócio índio», como White descobriu, era uma complexa operação criminosa em que vários sectores da sociedade eram cúmplices. Normalmente, os desonestos gestores dos bens índios eram os mais proeminentes cidadãos brancos: homens de negócios, rancheiros, advogados, políticos. Proeminentes eram também os agentes da lei, promotores públicos e juízes que facilitavam e ocultavam a fraude (e que, por vezes, desempenhavam também o papel de gestores).
David Grann, in Assassinos da Lua das Flores - A
Matança dos Índios Osage e o Nascimento do FBI, trad. José Vieira de Lima,
Quetzal Editores, Julho de 2017, pp. 194-195.
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