os desertos reais
os mares imaginários:
não há palavras para elogiar esta magnólia
tampouco há forma de destruir as palavras
ou o ofício de florista
(guardem compostura:
na corda de pendurar agita-se a flor branca)
uma tez de flores de cerejeira
a última gota de sangue
os desertos reais
os mares imaginários
não são comparáveis a esta magnólia
Edgar Bayley nasceu em Buenos Aires no ano de 1919. Dramaturgo,
contista, tradutor, foi ainda ensaísta empenhado na defesa das vanguardas. Fez
parte da redacção da revista Arturo, órgão fundamental do movimento concreto
argentino. Redigiu manifestos opondo-se ao realismo, ao expressionismo, ao
simbolismo, defendendo a corrente emergente do invencionismo. Publicou os primeiros
poemas na revista Arte Concreto-Invención. Estreou-se em livro com En común
(1949). Em 1977, foi-lhe atribuído o Gran Premio de Honor de la Fundación
Argentina para la Poesía. O poema acima transcrito foi copiado da Antología -
La poesía del siglo XX en Argentina, Edición de Marta Ferrari, La Estafeta del
Viento, Colección Visor de Poesía, dirigida por Luis García Montero y Jesús
García Sánchez, 2010, p. 125. Versão de HMBF.
Sem comentários:
Enviar um comentário