sábado, 16 de fevereiro de 2019

BIÓGRAFA OU BIOGRAFADA?


Ando a ler O Poço e a Estrada Biografia de Agustina Bessa-Luís (Contraponto, Fevereiro de 2019), de Isabel Rio Novo. Logo no capítulo de apresentação a autora faz questão de nos informar: «Eu, que para este livro reli a obra completa de Agustina, ficcional e não ficcional (…)». Não espera o leitor outra coisa de um biógrafo, pelo que é escusado dizê-lo. Pouco depois: «Respirei Agustina; digo-o sem medo e sem rebuços». Respirou Agustina? Esperemos que não lhe crie nenhum problema pulmonar. Mas o cúmulo desta obsessão com o eu, estranho numa biografia, surge a páginas 50 (e ainda só vou na 56): «Digamos que não me foi difícil compreender Agustina. Também eu, na minha pequena infância, cresci longe de outras crianças, recolhida por longos períodos numa aldeia minhota». E a quem isso interessa?

4 comentários:

Anónimo disse...

Uma vez que não interessa, ninguém comenta.

hmbf disse...

Alguém comentou.

Anónimo disse...

Oh diabo! Não resistir a este comentário, lidas umas cinquenta e tal páginas da biografia, não augura um resto de leitura feliz.

Anónimo disse...

Oh diabo! Não resistir a este comentário, lidas umas cinquenta e tal páginas da biografia, não augura um resto de leitura feliz.